Viagens

 Viagens são geralmente programadas e mesmo preparadas, pesquisando lugares para visitar, possíveis hotéis, restaurantes e afins, tem situações que saem do controle.

Em viagens visitamos lugares, pontos turísticos e pessoas em condições reais, vivendo em suas cidades, considerando suas condições legais ou ilegais, condições essas que socialmente, culturalmente diz muito sobre elas, que nem sempre podemos perceber à primeira vista.

Essas singularidades, do encontro com pessoas, em situações ímpares, nos proporciona a diversidade nas viagens que fazemos, as quais acrescentam algo novo em nossas experiências, dando um "toque especial", podendo ser contada por diferentes protagonistas. O que quero dizer, é que se você estiver num grupo de tantas ou tão poucas pessoas, cada qual contará sua versão da viagem, tendo vivenciado as mesmas experiências que você tenha vivido.

O toque especial de uma viagem, não está apenas nos belos lugares que você venha conhecer, nas comidas que venha saborear e sim nas aprendizagens que essas pessoas desconhecidas tem à acrescentar em você, na sua vida.

Se hoje somos quase oito bilhões de pessoas morando no mundo, imagine se você encontrasse cada uma delas? Qual seria a riqueza de aprendizagem que você teria o prazer de aprender, mesmo com as péssimas e as maravilhosas experiências. Cada pessoa que você encontra e que já encontrou por suas andanças, mesmo que esses encontros tenham acontecido no seu bairro, dentro do ônibus, nos momentos de caminhada, cada pessoa pode acrescentar algo que você nunca teria pensado daquela forma.

Quando pensei em reescrever um texto que não foi publicado, nem aqui, nem no blog "Dicas de vida em Perspectiva", logo pensei neste que vinha a algum tempo em reflexão sobre justamente essas experiências que nos enriquece como ser humano, se assim você o for ou se considerar, um ser humano humanizado, de preferência.

Posso dizer que a última viagem para descansar no último feriado prolongado, me causou enormes reflexões, incluindo a revolta pelo descaso da população que naturalizou o abandono e os maus tratos aos animais.

Acredito que o Cara lá de cima sempre tem uma tarefa para nós, nos usa como suas ferramentas. Nesta viagem não foi diferente e muito doloroso ainda compartilhar essa experiência. O que posso e consigo dizer é que na cidade que estive no feriado de Corpus Christie, fiz o resgate de três cães abandonados, consegui parceria de uma clínica veterinária que contribuiu com grande parte de todos os procedimentos realizados. E, para esta cidade eu voltei dez dias depois para voltar para casa com o melhor parte de lá, minha querida Raposinha.

Além do resgate, conheci pessoas que também lutam pela conscientização dessa gente que parou no tempo assim como a cidade que habita. Eu sei que além dos resgates e todos os cuidados necessários aos animais, eu alimentei muitos outros pelas ruas onde eu passava, consegui tutores responsáveis para cada um desses cães resgatados e fui conversando com pessoas sobre a importância da castração e das vacinas para seus animais.

Infelizmente, não somente nesta cidade, não tem visibilidade por parte dos políticos serem honestos em fazer a diferença ética e faltam políticas públicas, na responsabilização das pessoas com o cuidados de seus animais, o poder público não tem interesse em cuidar como saúde pública, do problema da Leishmaniose (não tem vacina no Brasil e contagioso para as pessoas), controle de pragas nas zonas rurais (carrapatos), leis que efetivamente punam pessoas de qualquer idade que maltratam animais domésticos (cães, gatos, cavalos e afins), pessoas que matam, comercializam animais silvestres, pessoas que cometem atos ilícitos com cães (corrida clandestina, canil clandestino).

Esses dias estava procurando laboratórios veterinários para os exames da cachorrinha que adotei, procurava nos bairros da Lapa e da Água Branca, entrei numa clínica num sábado de manhã que só tinha a recepcionista, eu, as moscas e filhotes de cães chorando em algum lugar. Uma clínica que tem mais de 3.000 reclamações no "reclame aqui" e que comercializam animais de seus próprios canis localizados fora de São Paulo porque na cidade a legislação proíbe. Você deve estar pensando o mesmo que eu: por que as demais cidades do estado de São Paulo ainda permite esse tipo de empresa? Porque essa clínica têm três canis no interior de São Paulo, criam cães de raça, não tem site, não tem redes sociais, as pessoas não podem visitar.

O que você pensa a esse respeito? Onde não se pode visitar, muita sujeira tem debaixo desse tapete? Quantas fêmeas estão sendo sacrificadas a ter várias crias uma depois da outra sem respeito à elas e a sua natureza?

Criei uma vakinha para a Causa Animal destinado ao pagamento dos cuidados veterinários desses cães. Para quem quiser contribuir voluntariamente, agradeço desde já.

Acesse o link: https://abacashi.com/p/caes-resgatados-2849


Imagem: canva.com


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