História do Além

    Era dezembro e eu precisava comprar alguns presentes e enfeites para a festa em família. Chamei minha mãe para me acompanhar, até porque, ela também gostava de passear e comprar alguns produtos para a festa de natal.

Sempre que ia para o centro da cidade, na 25 de março costumava descer no metrô São Bento, mas naquele dia, como meu marido ia passar por lá, pedi uma carona e ele nos deixou num local um tanto longe da Ladeira Porto Geral. Fomos caminhando entre ruas estreitas e isoladas, estávamos completamente perdidas até que vimos uma ponte estreita por onde só passavam pedestres e resolvemos encarar esse desafio.

Assim que começamos a atravessar a ponte, surgiu um homem que até hoje não sabemos de onde ele saiu, nos alertando que aquele local era perigoso e que ele ia nos acompanhar. Ainda bem que ele foi conosco porque passamos por usuários que esbarravam em nós, sem ao menos perceber que existíamos.

Assim que percebemos que a rua que procurávamos estava bem na nossa frente, olhamos para trás para agradecer aquele senhor que como mágica sumiu das nossas vistas.

Sem muito entender, como num passe de mágica alguém some, continuamos nosso passeio. Primeiro entramos numa lanchonete árabe e depois seguimos para uma loja grande de tecidos bem famosa que fica nas imediações.

Chegando lá ficamos olhando os tecidos para cortinas no térreo e depois de um tempo, pegamos a escada rolante e descemos para o subsolo onde procuramos toalhas de banho linha hotel para abastecer nossa pousada. Não tinha ninguém para nos atender, o lugar estava frio com ar sinistro, achei muito estranho.

Ficamos olhando os produtos até que uma vendedora apareceu dizendo que o modelo que eu procurava estava em exposição com valor promocional no final da loja, convidando a segui-la.

Andamos um corredor extenso e assim que chegamos até o local ela comentou que tinha adorado nossa energia e ao mesmo tempo que pediu para ficarmos em silêncio. Sem entendermos nada, pegamos os doze jogos de toalhas e voltamos para o balcão próximo a escada rolante para pagar e ir embora.

Nesse momento ela voltou a dizer que nossa energia era ótima e nos convidou a ficar e conhecer o primo dela que iria gostar muito de mim e o senhor que adoraria constituir família com a minha mãe. Olhamos para ela bem assustadas quando ela percebeu que nós não sabíamos onde estávamos. A vendedora completou "se não querem ficar, subam logo esta escada de madeira e virem à esquerda sem olhar para trás e vão logo antes que os outros vejam vocês".

Eu ia perguntar onde estávamos e ela se adiantou, "subam logo, andem, vocês estão em Seven".

Achamos aquele lugar bem estranho, assim que subimos percebemos que a loja voltara a ser o lugar que conhecíamos, cheio de pessoas, local arejado e repleto de vendedores. Observamos novamente o local, procurei o gerente e perguntei pela funcionária que nos atendeu no andar de baixo e para nossa surpresa ele disse que não tinha e nunca teve ninguém com aquele nome.

Caro leitor,

Para esta publicação saí da minha zona de conforto, pois esse tipo de texto não é algo que eu goste de escrever, mas atendendo o desafio dos 365 dias de escrita, ele foi constituído e entregue.

Esta história foi baseada em fatos reais.

Imagem: Canva.com


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Turismo e a Claudinha

Autora

Vila das Borboletas