A Escolha

 Não é fácil viver o luto quando perdemos alguém que amamos, como também não é fácil viver o luto quando fechamos um ciclo que precisa ser fechado, para podermos abrir novas portas ou escancarar outras janelas para ver a vida por outras perspectivas. Então viver o luto não é um processo fácil e indolor, mas repito que é necessário viver o luto na mudança constante da nossa vida. 

 Eu estava escrevendo este texto, autoral e reflexivo, de uma escolha dolorosa regada de sentido e significado, quando me deparei com a aproximação da data 11/10, tal dia que faria a apresentação sobre "escrita terapêutica" à convite do amigo Renato do Instituto Gratitude no Grupo Egrégora no whatsApp.

Tinha montado uma apresentação dois meses antes até para minha organização pessoal e diminuição de ansiedade (sim, tenho meus momentos difíceis com vários gatilhos). Nesse material coloquei o símbolo que me representa atualmente, o veleiro, a cor de fundo que representa o azul do mar e me descrevi em minhas profissões e hobbies.

Quando o dia chegou, comecei explicando minha apresentação, da mesma forma que fiz aqui para vocês. Tinha um item no ser Zaira que me intrigava um pouco com a incerteza de deixar lá ou não, que eu deixei e que para minha surpresa, foi um determinante certeiro para estimular uma pessoa. O que quero dizer com isso? As vezes a gente duvida de algo, não tendo certeza que aquele exemplo possa inspirar alguém, mas quando vier esta dúvida ou esta incerteza, mantenha e continue, porque pode tocar a memória e lembrança vivenciadas de alguém que estava percebendo, admirando, inspirando-se em um detalhe que você apresentou.

Mas, o que seria? Olhe o que coloquei na apresentação: "Sou psicóloga, professora, construo relações; sou escritora de textos autorais e reflexivos; sou viajante do mundo e faço travessias em águas abertas; faço pinturas intuitivas, restaurações e novas criações; trabalho com ervas para banhos e escalda-pés; me conecto com minha ancestralidade na alimentação árabe e vegana da Hortelã Marmitas.

Minha terapeuta diz que tudo está conectado, mas as vezes me esqueço ou me perco nessas conexões, mesmo que eu sei que elas existem entre elas e eu.

Enquanto me apresentava, pedi para o Renato mudar o slide e ele disse que não ia fazer porque tinha algo para perguntar. E, tudo bem, quando falamos, explanamos, conversamos é natural que as pessoas que nos assiste queiram fazer perguntas e interagir conosco e gosto dessas interações, mesmo que eu fique um pouco tensa com receio de achar que não saberia responder.

Durante a apresentação, tinha proposto a atividade que era assistir um curta metragem sobre a história "Guilherme Augusto Araujo Fernandes" da editora Brinque-Book e pedir que cada pessoa fizesse um texto trazendo uma memória afetiva positiva e que ao final dos dois minutos, apresentasse quem quisesse ou que falasse como se sentiu fazendo a escrita. Algumas pessoas falaram como se sentiram e mais uma vez o Renato leu sua escrita. 

Antes que vocês falem porque estou falando dele aqui, pedi sua autorização para incluir nesta publicação e rever um texto, uma aula, não é algo que eu goste de fazer, mas para o bem da leitura, cá estou revendo e escrevendo o que pessoas queridas falaram sobre a minha participação naquela noite. Vou deixar alguns trechos cortados!!

"Escrevo tudo por causa da memória...sobre escrever eu sempre gostei muito disso.. continuar vivendo". Loló

"Eu vou ler o trechinho do que eu escrevi....Até o dia de hoje eu me lembrava dos almoços com a minha mãe, achando que a lembrança era porque a comida era muito gostosa. Hoje eu entendi que essa memória afetiva envolvia a união que aqueles almoços proporcionavam, a magia porque fazer comida é magia, a atenção que era dada, a cultura de um povo, a alegria, o esforço para chegar naquele momento, enfim era uma aula de gastrofilosofia". "Só isso já me valeu a pena porque me levou a ressignificar algumas memórias que eu tinha, me levou a refletir um pouco na forma que eu lido com a escrita e eu assim como a Loló comentou sobre os vídeos, eu achei legal sobre os dois vídeos porque eles eram totalmente fora da caixinha, porque falavam sobre o assunto, mas que precisava ser trazido para essa realidade". Renato

Para finalizar minha apresentação, eu preparei o vídeo sobre fotografia um curta metragem para deixar duas frases finais: como você se relaciona com suas vivências e como você pode mudar essas experiências.

Sobre minhas considerações finais, quero deixar um recado de vida. Quando tudo que você faz não fizer sentido algum, nessas conexões entre elas, continue fazendo seu melhor todos os dias porque sempre tem alguém que se inspira nelas. Mesmo que por vezes você não entende porque faz isto ou aquilo, sempre tem motivos para ser o que são e para estar onde estão.

GRATIDÃO

Arte: acervo pessoal

Tinta à óleo sobre papel canson

Zaira K. Fabre




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