SEGREDOS

 Numa "casa" sempre vai ter pelo menos uma porta, para abrir e fechar, receber ou não as pessoas de fora, para entrar e sair. Alguém deve morar dentro desta morada, uma pessoa calada, uma pessoa falante, uma pessoa que guarda segredos...

Uma porta que se fecha também guarda memórias, histórias, crenças, protege ou assume papéis sociais que não sabemos quais.

Uma porta reserva o direito das pessoas se comunicarem, se revelarem, se protegerem, se contaminarem.

Uma porta assume figuras ou papel de parede como fundo de muitas cenas que talvez nunca serão reveladas, serão guardadas para o eterno, quando cada pessoa carrega na sua memória suas histórias.

Quantos segredos uma porta de casa guarda? Presente, passado ou futuro? Sei que a porta é colocada quando a casa foi construída, mas as relações são construídas quando as pessoas se relacionam umas com as outras? 

Numa relação dialogada, uma porta sempre é aberta. Numa relação calada, uma porta sempre é fechada.

Numa relação dialogada, além de uma porta aberta, têm janelas ao vento, reciprocidade, risos, sabores, planos, conquistas, mesmo que dentre delas, frustrações. Mas, e numa relação calada, sem diálogo, uma porta fechada, segredos velados, choro contido, mágoas acumuladas, medos não revelados, vontades acumuladas, crenças limitantes presentes.

Ah!! Essa gente é maloqueira, barraqueira, do capeta!!

Para quem acumula tudo até sujeira, não consegue abrir espaço para novas crenças, nem enxergar a realidade, nem abrir espaço para a felicidade, quanto mais para o diálogo "você está feliz com a sua escolha?". Jogar coisa fora, que nunca mais vai usar, porque de repente um dia posso precisar!

Essa crença não é sua! Importante respeitar suas escolhas, as mais diferentes escolhas, as suas!!

Importante ter consciência de que você está num processo, aos 50 como não esteve aos 16, 18, 20!
Naquela época fazia escolhas com coragem sem fazer tantas escolhas. Hoje, aos 50, vive a crise da meia idade, porque além de acionar as velhas crenças, ainda engatilha as memórias de uma vida já vivida onde foi "Programada" a viver a vida "pacata" da ideia da "Cinderela" que um dia seria salva por um príncipe. Mas, agora na maturidade, quando pensa nas escolhas que vai fazer, o seu superego julga seu consciente na construção do pensamento: "Tem certeza que vai fazer isso? e nessa vibe vêm a ansiedade. Claro que você breca a fantasia e vive a realidade para não ter o dissabor da frustração. E quando percebe que o tempo que você deseja ser curto, não é tão curto como suas expectativas, acaba entrando no ciclo de relacionamentos líquidos porque não está acostumado a viver as emoções da construção da relação que pode ou não dar certo, afinal aos 20 a gente vai por impulso sem escolher e aos 50  a gente se questiona dos passos que vai dar.

A vida é um risco constante, o que muda? Tudo muda conforme suas escolhas! E se não der certo, terá a certeza que vivenciou mais uma experiência. Lembre-se que conhecer pessoas é socialização da vida e não a idealização de um encontro amoroso.

Desejo que sua porta aberta ou fechada guarde a incerteza da vida, onde tudo está em movimento constante, já que uma porta fechada, de uma morada calada e velada, guarda um passado limitante! 

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