A Ponte

Uma ponte costuma ligar um ponto ao outro,  pelo menos é isso que esperamos com ela ou através dela. Mas podemos pensar na ponte como um objeto não só que utilizamos para atravessar, como também algo ou alguém que se comunica conosco. Se formos analisar ou buscar na memória, conhecemos alguém que faz essas conexões de maneira simples e tranquila, como um ou uma excepcional mediadora ou que pelo menos nos ouve ou acolhe. 
Pelo mundo, existem pontes de todos os tamanhos, estilos, materiais, idade.
A alguns anos, quando conheci Barra Velha, a primeira cidade litorânea de Santa Catarina, depois do Paraná. Fui apresentada à ela, a ponte pensil da lagoa e me encantei. Mas o que mais me fascina são os significados e conexões que aquela ponte me traz, como se ela fosse um instrumento que me levasse a viajar.
Desta forma, convido você a fazer uma viagem comigo. Topa?
Para isso você precisa visitar uma de suas memórias de infância. Procure um automóvel significativo da sua época e permita-se entrar nele levando suas memórias olfativas, visuais e de paladar, que traga mais afeto.
Convide, através de suas lembranças, mais alguém que você gostaria que estivesse nesta viagem.
Prepare-se para os primeiros metros, onde te convido a tomar uma casquinha do seu sorvete preferido, enquanto aprecia a paisagem. Perceba o que vêm à sua mente e o que causa em si mesmo; suas lembranças.
Para os primeiros quilômetros, te ofereço o seu lanche preferido, aquele que te traz conforto ou te faz sorrir. Vamos deixar as lembranças ruins para outro momento.
Quando o seu "dirigível" estiver em boa velocidade, vamos com cuidados, traga para suas lembranças algo quente, afinal vou te levar para um lugar sombrio, para você repassar comigo algumas imagens construídas por outras pessoas, que em alguns momentos acreditamos que fossem nossas, mas só víamos de dentro da caverna com apenas a luz do sol do lado de fora.
E percorrendo os quilômetros vividos e memorizados em algum tempo das nossas vidas, te convido a olhar pela janela e sentir o vento fresco das montanhas geladas e perceber que esse tempo já passou e dele nos proporcionou experiências para que no futuro fizéssemos diferente do passado.
E quando percebemos que da vida, olhar para o horizonte contemplando o sol nascente ou poente, não vemos mais o outro, eu convido você a apreciar, de cima daquela ponte, sua melhor versão atualizada.
Vamos colocar o cachecol vermelho xadrez da viagem que não fizemos à Escócia e tomar um gole de uísque, por que não?
A vida está para ser vivida com bons e fiéis amiges que a vida presenteia quase que diariamente, através de oportunidades, basta selecionar com quem quer voar.
Te convido a entrar no fusquinha branco da minha infância, que me levava a lugares reais e não tão mágicos..vem, a porta está aberta. Ele vai nos levar ao aeroporto. Segura a tua mala que eu levo a minha bagagem. Não precisa levar muita coisa, sem acumular trecos. Precisamos um do outro, mesmo quando a trilha for individual. Pode parecer uma louca viagem, mas a idéia é fazer com que observe suas memórias, de tempos reais vivenciados, porque com o passar dos anos, vamos fechando as gavetinhas e portinhas do passado e trancafiando tudo sem a mínima possibilidade de acesso. Aprecie o que viveu, acolha seus sentimentos e parabenize hoje sua versão, olhando tudo ao seu redor.
Boa viagem! 

Desconsidere o tiquinho de dedo na imagem. Acervo pessoal. Texto reflexivo e autoral de um passeio terapêutico de uma psicóloga..eu mesma...Zaira K. Fabre

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