Mulheres Maravilhosas

Outro dia "ouvi" numa conversa de bate-papo a seguinte frase "o que eu faço com isso", "estou cansada de ouvir dizer que a mulher tem que se empoderar enquanto o homem continua sendo fdp". Não sei qual o entendimento que a pessoa tem sobre empoderamento e também não sei qual o nível de acontecimentos que a pessoa está considerando nessa análise. Mesmo que seja de maneira ampla pelos acontecimentos gerais da nação, eu digo que fico indignada pelas atitudes inconsequentes tanto de homens quanto de mulheres machistas. *Essa avaliação é minha e não à pessoa que fazia tal colocação, que aliás é alguém que admiro demais.

Mas essas falas gostam de ficar batendo na minha cabeça no sentido de me tirar do senso comum e analisar pontos bem interessantes que me levam a outros processos investigativos porque não gosto e não costumo pensar e avaliar situações pelo senso comum.

Para começo de conversa, empoderamento é um conceito muito mais amplo do que dar à mulher ferramentas para que ela se torne mais forte do que o homem, já que o conceito aqui não se refere a uma competição com o sexo oposto para tirar vantagem, para sacanear alguém, para dizer que a mulher é melhor ou mais forte que alguém. Empoderamento feminino é uma contextualização de superação de si mesma, começando pela melhora da autoestima, do fortalecimento de ser quem é, de tornar-se melhor do que é hoje, pensando na melhoria pessoal, de encontrar a paz interior que conforta a alma da pessoa, numa cooperação pessoal e intransferível. 

Pense em empoderamento como uma mulher de 50 anos superando-se com seu corpo flácido e o tornando forte com exercício físico e alimentação saudável. Pense na mulher empoderada melhorando sua autoestima de dentro para fora com acompanhamento psicológico semanal, por meio da psicoterapia, no caminho do autoconhecimento. Pense na mulher se empoderando porque ela se permite viver de forma diferente, se sentindo poderosa e gostosa porque o empoderar-se possibilita um olhar mais atento, mais consciente, mais carinhoso consigo mesma. Pense nessa mulher empoderando-se e tornando-se dona de seu nariz, percebendo que ela pode tirar da vida os rótulos que a sociedade colocou uma vida inteira, onde a família esperou uma vida inteira, onde ela se doou para a família, filhos e profissão uma vida inteira. Pense na mulher dona de si e empoderada dona do próprio nariz que viaja, que dirige, que faz tatuagens, que sabe o que quer, que questiona, que não aceita o que não deseja mais para si mesma.

E nesse movimento essa mulher empoderada ganha força e massa muscular de dentro para fora e de fora para dentro. E nesse movimento de empoderamento essa mulher ajuda outras mulheres a compreender do que a vida é feita e como ela pode olhar para o olho do furacão e perceber que existem outras saídas, outras possibilidades, e que nelas a vida torna-se mais leve, porque mulheres empoderadas se assumem e colaboram para que outras mulheres consigam se enxergar na sua totalidade. A diferença de mulheres não empoderadas é que elas puxam o tapete alheio e te sacaneiam por falta de dignidade, de decência, de moral, de conhecimento, de consciência pessoal e coletiva.

Homens assim como mulheres tem de monte, e tem mais defeitos e menos defeitos. Tem homens empoderados, poderosos, bem sucedidos, mal das pernas. Tem homens bem resolvidos emocionalmente, tem homens tentando se livrar dos rótulos sociais. Tem homens relativamente gostosos, mas tem mulheres relativamente gostosas.

Tem mães descoladas, largadas, bem sucedidas. Tem mães que fazem a diferença na criação de seus filhos e outras fazem diferença na criação de meninas e meninos (isso é péssimo). Tem mães que criam filhos para o mundo, preparando para enfrentar as adversidades da vida e dos relacionamentos. Tem mães que preferem deixar os filhos aprenderem sozinhos a vida lá fora, mas nem sempre são preparados para enfrentar as adversidades da vida lá fora (isso é péssimo).

Tem mães que preparam seus filhos sozinhas, tem pais que preparam seus filhos sozinhos. Tem mães que não preparam nem sozinhas, tem pais que não preparam nem sozinhos.

Tem mães que mesmo junto com um parceiro prepara os filhos sozinha porque em algum lugar numa crença limitante e machista, um dos papéis da "mulher" era educar seus filhos, fazer comida, estender a roupa e o pai trabalhava fora e pagava as contas. 

Ainda bem que as coisas mudaram, porque se um casal tem filhos as responsabilidades em educar, em alimentar, em criar, em tudo é dos dois, assim esperamos que seja numa relação saudável familiar.

Acontece que mesmo ainda hoje muitos homens ainda acreditam que seduzir uma mulher já é o bastante para conseguir o que quer, sem a manutenção de investimento emocional e amoroso com a parceira. Ainda hoje alguns homens acreditam que a mulher tem que fazer o que eles sugerem, o que eles mandam. Ainda hoje alguns homens acham que podem fazer da mulher gato e sapato.

Não! Não podem! Para haver uma relação saudável deve haver diálogo, respeito, acordos, desejos respeitados por ambos e de ambos, seja qual for o modelo de relação, mesmo aquelas sem cobranças.

Existem tanto homens quanto mulheres babacas e sempre vai existir. Pessoas que acham que vão se dar bem com a desgraça do outro, da outra. Pessoas que querem se beneficiar prejudicando, tirando a paz, fazendo chantagem emocional, abusando afetivamente do outro e da parceira. E o pior de tudo, que quando essas vítimas estão envolvidas emocionalmente, elas acreditam que a maldade e o desamor é realidade, não acreditando no amor, no carinho, no afeto, na bondade que vem de terceiros. E essas relações quando acontecem na frente de uma criança e com a criança, ela também cresce acreditando nessas referências negativas como verdades de vida. Onde um ato de amor respeitoso chega a ser abusivo, ofensa e não verdade positiva.

Por essas razões, a humanidade precisa de pessoas mais conscientes e mais responsáveis, para não criar pessoas desumanas e não multiplicar indivíduos doentes mentalmente, com tantos distúrbios, com tantos complexos, com tantos desamores.

Quero que pense em você, homem ou mulher que é e que pode tornar-se mudança a qualquer momento da sua vida, seja na maturidade da vida adolescente, seja na maturidade da vida madura, seja como for e quando for os seus momentos de recolhimento e de florescer para você mesma.

Veja o título desta publicação "Mulher Maravilha", ela foi e ainda é um símbolo de força para mim, minha heroína na infância quando eu assistia TV, passava a série dela e do homem biônico com efeitos especiais extraordinários da época. Um homem com milhões de defeitos que corria muito rápido, um homem deficiente físico que salvava a humanidade de terríveis bandidos e uma mulher comum que trabalhava e tinha sua família, que se transformava na mulher maravilha para prender bandidos.

Era nessa mulher maravilha que eu me enxergava, capaz, resiliente, forte, corajosa, mesmo que eu tenha milhões de defeitos e talvez não seja tão maravilhosa, era a personagem dela, mas minha força existe e o que não existe eu busco encontrar e fazer o meu melhor todos os dias porque não preciso e não vejo necessidade em prejudicar pessoas para ser quem eu sou e não preciso ter o que é dos outros, para dizer que eu tenho. 

Tem um personagem no filme do Mogli, o menino lobo que é bem bacana de se pensar, fora do contexto de avaliação do próprio filme no contexto político. O urso canta "necessário, somente o necessário, o extraordinário é assim". Claro que o necessário é necessário, mas que o extraordinário também é bem apreciado, porém, quero que pense, qual é o necessário para hoje, na sua vida atual e qual é o extraordinário na sua vida atual, não em bens materiais, tudo menos bens materiais.

A mulher maravilha que existe em mim, saúda a mulher maravilha que existe em você.

Sempre vai existir uma mulher maravilha em nós! Que lugar ela ocupa em você? Pense em que lugar você ocupa em sua vida como mulher ou como homem, no sujeito que se considera ser.

O extraordinário da vida não é só pensar no que é necessário. Pense fora da caixinha, quebre crenças que sempre acreditou que eram verdadeiras. Pense sempre no sentido de questionar as verdades que você conhece até hoje!

Não precisamos de uma capa como da mulher maravilha. Lembre-se o que acontece com heróis que usavam capas, enroscavam nas máquinas como podemos ver no filme Os Incríveis. Não precisamos de roupas fantasiosas como dos nossos heróis, mas precisamos da nossa essência aliada às características dos nossos heróis, e podemos assim nos tornar extraordinários para nós mesmos!







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Vila das Borboletas