INTEIRA

Já fui metade de mim mesma, quando eu não podia ser quem eu sou. Foram tempos difíceis que me recolhi por direitos reservados, para não me expor, para preservar minhas últimas energias.

Quando não pude ser a psicóloga. Não pude me amar e me expor num vestido florido. Não deixava o cabelo cortado e nem meus grisalhos aparentes.

Me tranquei uma gaiola, deixei na gaveta trancada quem era eu, minha identidade, minhas crenças. Como se uma borracha fosse apagando minha imagem aos pouquinhos. Apagaram as luzes. Adoeci. Morri dentro de mim mesma até que um dia sabia o que eu queria e o que eu não queria, e nesse dia, o jogo começou a mudar. 

Um dia de cada vez até que os pontos foram retirados da pele pela segunda vez. E quando eu me levantava desse tombo, caí de novo e mais uma vez, um processo cirúrgico e mais uma vez um processo interno de luta e de garra.

Levantei mais forte desta vez e determinada a seguir no meu plano mais verdadeiro, salvar meu "EU". 

Voltando daquela viagem à Bahia, abençoada, estava definitivamente convencida que aquela vida era abusiva em número, gênero e sei lá mais o que. Era o dia D e a hora H… kkkkk.

Doeu na alma, admitir que tudo aquilo não valia mais viver. Que tudo estava desabando e que era hora de mudar! O câncer foi o divisor de uma vida sem sentido para uma vida viva!!

Eu queria viver, voar, pisar no chão e sentir à terra molhada, a areia da praia, me sentir viva. Essa era a sensação, mas ainda machucada e com muita dor.

Eu diria que eu caí no poço e tive que aprender a criar degraus de uma escada invisível e interna para conseguir voltar à superfície.

Fiz esse processo todo, saí do poço, me reescrevi e encontrei toda a minha verdade abrindo meu coração, só precisa da conexão. E agora?

Vai lá e seja F*!!!! Não desce desse salto, veste aquele vestido vermelho e vai viver!!




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