A Jornada Continua...

Quantas vezes nos programamos para uma jornada, mas no meio do caminho aparecem pessoas que nunca imaginamos conhecer? Geralmente são pessoas, lugares e situações que vem para ensinamentos em áreas diferentes das nossas vidas. Talvez trazidas pela espiritualidade, por Deus ou pelo Universo. E não estou falando de fanáticos, porque esses se escondem em suas religiões no intuito de justificar tudo que acontece.

Estou falando de crença, algo maior que move a vida, além da vontade de ir e vir, porque sem vontade não tem movimento, incertezas e inconsistências. Mesmo na vida sem movimento, somos pessoas escolhendo e renunciando, da mesma forma que sentados num sofá na frente de uma televisão ou surfando em Bali.

Para toda escolha tem uma renúncia; isso é fato! Nem sempre as escolhas são fáceis e cômodas como sentar-se numa poltrona confortável. Às vezes estar incomodado mesmo sentado num acolchoado é necessário tomar um posicionamento pessoal. Algo que incomoda os pensamentos e causa a necessidade da escolha pela mudança, apesar de que essa escolha faça-o entrar na floresta e se afastar da cidade. 

Vivi nesses 2 anos contando de hoje muitas inconstâncias pessoas, como aquela guerra travada dentro de si consigo mesma, que em algum momento da vida, cobra de você uma resposta, mesmo aquela que vive no seu íntimo e que você sabe qual é.

Afastar-se de quem não te coloca em prioridade é primordial para sua existência, na busca do que quer colocar no lugar ou em lugares distintos que você merece estar, no meu caso a busca pela mulher que eu sou e que me deixei anular por muitos anos a fim de sobreviver aonde eu não era ouvida nem por mim mesma.

Penso que sempre que assistimos um filme ou uma série, entramos em contato com nosso inconsciente. Sempre algo de proveitoso aprendemos, vem para a superfície um sentimento, uma sensação ou uma lembrança vivida, ou superada.

E assistindo à série "Cidade Invisível" me mostrou quantas crenças limitantes familiares em me desvencilhei, quantas emoções e aventuras eu me permiti vivenciar até para me conhecer como pessoa. Tem situações que nos permitimos fazer que abrem nossos horizontes, em nos cobrar menos e julgar menos até as atitudes dos outros; e quando somos julgados por qualquer pessoa conseguimos avaliar por outras perspectivas, até mesmo sem brigar por opiniões porque sabemos que o outro não tem a nossa visão de mundo.

Outro dia um amigo me disse "você conseguiu soltar as amarras", sim, tenho feito isso por mim, me oportunizando a fazer da minha vida diferença, me colocando no meu lugar, sendo eu, sem me importar com os julgamentos e pensamentos dos outros. Seja no amor, na família, na vida pessoal e até no trabalho onde somos considerados mais um.

Quando vemos a vida por outros "buracos" conseguimos entender que somos passageiros mesmo deixando marcas? E nessa trajetória a jornada continua para mim e para a humanidade, mesmo que eu tenha que virar de costas e continuar caminhando sem você.

Essa escolha foi muito dolorosa, doeu no meu peito como um luto, mas foi necessária porque eu entendi que a sua ausência nas duas vezes foi o sinal de que você está pronto para a sua caminhada e não ao meu lado.

Quem sabe um dia nos encontraremos novamente, quem sabe numa terceira tentativa, mas agora meu amigo eu preciso continuar a minha jornada, dentro e fora da floresta, num banho de mar, num mergulho e contemplando o pôr-do-sol na mesinha da Shirley Valentine com uma taça de vinho, seja aonde eu estiver, ocupando o espaço que eu desejar, levando a vida que for da minha escolha, no meu tempo e espaço geográfico que a vida me conceder.

Imagem de acervo pessoal: Museu de Franz Krajcberg em Nova Viçosa BA


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