Reflita: O que você fala e o que você faz.
As vezes fico indignada com o que as pessoas falam nos vídeos do Youtube. Não sei se elas não tem a verdadeira dimensão do que é falado ou não entendem que são influenciadores de opinião nos conteúdos que criam.
O tão falado e criticado Felipe Neto, eu não tinha paciência para assistir seus vídeos, mas teve um tempo que meus alunos falavam muito dos vídeos que passei a assistir, justamente para poder criticar a partir das minhas perspectivas, falar com propriedade. Teve uma noite que eu cheguei muito cansada em casa, exaustão emocional e intelectual. Nesse dia deixei uma mensagem para ele "sou professora de educação infantil e assisto seus vídeos para descansar a mente depois de um dia intenso de trabalho". Depois de alguns dias, em um de seus vídeos, ele comentou que professores assistiam seus conteúdos porque eu não vou saber, mas ele pode ter feito reflexões sobre suas responsabilidades com o canal e isso é importantíssimo para evolução do sujeito.
Tive dessas experiências com outros canais e quero contar para vocês nesta postagem, vejo que é pertinente essas abordagens, no sentido de levar o dono do canal a ser reflexivo ou não, porque vai da consciência, do orgulho e da vontade de cada um em melhorar ou não seu próprio canal e a si mesmo.
Sabemos que é culturalmente construído por parte dos Brasileiros falar mal de professores. Estávamos em isolamento social, crianças em casa, famílias se construindo de formas diferentes, trabalhando remotamente, incluindo professores de todos os lugares desse mundão. Fazer educação à distância quando desde o início é proposto é bem diferente do que fazer educação infantil remotamente quando até onde sabemos e conhecemos, a educação infantil é um processo de convivência e interação presencial, e nesse caso de 2020 foi feita ressignificando os fazeres na pedagogia da escuta, por vídeos para fazer tudo acontecer. Numa das noites após o trabalho com a escola, parei para assistir um vídeo de uma brasileira que mora nos Estados Unidos. Ela estava filmando sua rotina, entrou no quarto da filha que estava assistindo aula por vídeo e fez a seguinte observação " esses professores não trabalham?". Eu sinceramente fiquei muito chateada, não era eu no vídeo na função de professor, mas eu como professora tenho empatia com colegas de profissão em qualquer lugar do mundo. Eu deixei um recado no video "não fale mal dos professores" e ela me respondeu " só fiz um comentário" ou algo assim!! Mas no comentário falou mal da função do profissional da educação e do professor da própria filha e para quê?
Quando ouvimos inúmeras histórias sobre alunos que não respeitaram seus professores, fica minha pergunta, será que essas famílias respeitam na frente de seus filhos, os profissionais da educação?
Hoje mesmo eu estava arrumando a casa e ouvindo um dos vídeos, quando a pessoa disse que não tem cinco faculdades, que estudou pouco. Me veio vários sentimentos e várias interrogações a respeito desta frase e isso quero trazer para vocês pensarem:
1. Tudo é válido: estudar se tem a oportunidade, tem gente que tem a oportunidade e não sente vontade de fazer uma faculdade. Tem pessoas que sentem a necessidade de fazer uma ou mais faculdades para melhorar na profissão ou porque é uma forma de evolução profissional. Tem pessoas que ouvem de terceiros que se não tem dinheiro nunca vai ser isto ou aquilo, mas com estudos consegue alcançar a tão desejada profissão.
2. Tem gente que não sente vontade ou necessidade de estudar numa instituição, mas tem facilidade em aprender por conta própria;
3. Tem pessoas que aprenderam na vida e começam os estudos na vida adulta, da mesma forma que adolescentes largam os estudos e voltam algum dia ou nunca mais voltam à escola;
4. Qual foi o sentimento que a deixou incomodada para que a dona do canal fizesse tal colocação? O que a tocou de fato em seus sentimentos? Acho isso importante de pensarmos, não só nela em questão, mas em nós quando alguém faz um comentário e ficamos incomodados com a frase que ouvimos. E o que fazemos com ela? Falamos para o mundo ouvir e para nós ouvirmos, guardamos numa caixinha interna ou escancaramos para procurar a solução dentro das prioridades e necessidades que estamos vivenciando no momento. O que deixamos para trás que era um desejo de conquista que não conquistamos, o que era um capricho que não realizamos...
5. Importante acolher nossos sentimentos quando vem na crítica de outras pessoas e que nos fere de alguma forma. Avaliar aonde chegamos, quem somos e o que podemos conquistar daqui para frente, quais as nossas vontades e querências do hoje e do agora, o que queremos mudar, o que podemos buscar e como fazemos para conquistar um desejo guardado à 7 chaves por anos e anos.
Não sabemos o que a moveu para fazer tal comentário em vídeo, mas existiu um movimento digno talvez um desejo inconsciente ou de uma vergonha por não ter estudado como outras pessoas que ela mesma conhece.
Eu sei que cada um faz seu destino, cada um escolhe suas rotas e a executa para chegar nos seus objetivos. E quando fomos crianças, o que dependeu para chegarmos até onde pudemos escolher o percurso, foram as escolhas dos nossos pais e familiares, dali para frente, total responsabilidade sua.
6. Ainda dá tempo de escolher o que quer fazer, aperfeiçoar ou aprender o que desejar!! Ainda há tempo para fazer escolhas!! Você é capaz de chegar aonde quer chegar!
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