Quer ver o circo pegar fogo?
Uma das poucas sensações que senti foi entrar na caixa do nada. Pensa no silêncio absoluto, um momento que pode durar dias, onde o Tico e o Teco hibernam e não fazem aquelas discussões no seu cérebro. É o descanso da rainha eu diria.
Mas quando eles voltam às atividades, imagine o circo num incêndio e a fonte de água sem acesso até o circo. É como um movimento de quando a sua vida vai no balançar gostoso e tranquilo e mais que de repente ela te entrega um pacote dos correios dizendo "pega o problema que ele é teu". São como os percalços do caminho da vida, aqueles que a gente tem que enfrentar para continuar caminhando, já que nascemos para "caminhar".
Mas nesse percurso tem gente que gosta de ver o circo pegar fogo, de impor suas regras e seus desejos sem respeitar os desejos dos outros, porque afinal uma relação é feita de pessoas diferentes em vários sentidos.
Eu estive em posição de chefia por 2 anos e 4 meses, ocupando cargos diferentes. Além de ter outras responsabilidades, vemos a totalidade por outros ângulos. Podemos perceber que existem relações mais próximas e mais desfocadas em se tratando de pessoas com concepções e vivências diferentes e por mais que você faça pensando na totalidade, sempre tem aquele que quer ver o circo pegar fogo, fazendo críticas como se da posição que ocupa pode criticar todo o seu trabalho já que não ocupa a sua cadeira.
Essa posição é muito cômoda e ela funciona como se estivesse conversando com seu melhor amigo e dizendo para ele que se ele fosse você faria isso e aquilo na sua vida para resolver os problemas que não são dele. Mostra que ele é apenas o seu amigo mas não tem empatia por você, não consegue se colocar no seu lugar na perspectiva da sua vida e não da vida dele.
Quando dissemos que as pessoas são diferentes em vários aspectos, podemos pensar em nós em relação aos outros. Como é vasto pensar em nós numa relação de qualquer coisa, vista por várias perspectivas que sentada na cadeira do circo ou na arquibancada duas pessoas tem vivências distintas e se perguntar aos dois como foi a experiência no circo, vai ouvir duas versões se assim posso dizer, talvez uma versão de um e uma versão do outro.
Eu nem sempre quero ver o circo pegar fogo, prefiro a paz nos meus dias mesmo que eu gosto de me aventurar em mares turbulentos. Mas gosto de me programar, de escolher a rota e a tripulação. Por vezes espero que a vida me surpreenda, me levando a me aventurar, no sentido de me mostrar uma onda e dizer "vai lá que ela é tua", e mesmo com medo eu vou, porém quero ser amada pela vida da mesma forma que amo a minha vida.
Do circo quero ver as apresentações, os palhaços, o circo, os malabares. e o fogo que arde sem se ver mas que é sentido à flor da pele.
Das aventuras quero me sentir poderosa e respeitada também nas minhas escolhas porque posso escolher sentar bem pertinho do picadeiro, posso escolher sentar-me na arquibancada, posso escolher sair antes do show terminar, posso escolher não ir ao circo para viver a aventura da liberdade da vida.
O que está difícil para entender, hein vida, olhar as estrelas, contemplar o por do sol, viajar na mais gostosa companhia de um amigo. VAI VIDA ME SURPREENDA!!
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