Não sou de exatas, o que eu faço?

Lá vem a psicóloga, a pedagoga e a escritora falando em números que aparecem em todos os cantos e tempos da vida. Holerite, contas à pagar, números nos endereços, contatos telefônicos, combinações numéricas de senhas de todo tipo de aplicativos, conta bancária, documentos, metragem de eletrodomésticos, reforma da casa, do apê e do escritório. Número da passagem aérea, portão de embarque, horas no relógio, nota fiscal do mercado, da farmácia. Planilhas para planejamento da escola da filha, dos gastos com saúde, investimentos com o carro e a viagem tão sonhada. Valores mensais sendo aplicado aqui e ali, separado na conta para os gastos do mês. Mas de exatas não nos resta apenas o que fazer com nossos valores mensais, mas a resolução dos nossos problemas, a convivência com os outros e acima de tudo o bom senso entre a razão e a emoção, seja ela causada pelo dinheiro ou pelas relações.

Começo o dia desligando o despertador do celular e neste exato momento pulo da cama em direção ao chuveiro para um banho fresco de início de manhã. Para a cozinha eu sigo pensando em preparar o café quentinho e cheiroso, colocando a medida de pó de café na cafeteira na boca do meio, a mais forte, do fogão industrial. Enquanto o café é preparado vou esquentando o pão na frigideira, virando para que os lados fiquem tostados igualmente. E as fatias de queijo coalho do "mineiro" vão tostando para combinar com todos os sabores no prato.

Do café tomado para o banheiro escovar os dentes, pentear os cabelos, trocar de roupa e calçar o tênis para caminhar até o trabalho. Faço um aquecimento e alongamento e com os documentos devidamente armazenados sigo o caminho para o trabalho, focada nos 5 Km de caminhada até o ponto de chegada. 

Caminhando penso na vida e organizo os pensamentos fazendo reflexões sobre os acontecimentos que não dependem das minhas escolhas, das reações que as pessoas têm a partir de uma conversa ou simplesmente um olhar que causa a elas um sentimento e gatilhos para lembranças vividas. Caminhando eu organizo os compromissos semanais, as responsabilidades individuais, o que compete à mim.

Caminhando faço lista de compras armazenando na cabeça, respiro fundo e oxigeno o cérebro. Se a vida fosse apenas caminhar, acho que eu daria a volta ao mundo.

Voltando do trabalho caminhando faço uma avaliação de tudo que aconteceu no dia e sigo para casa deixando dentro do ambiente de trabalho tudo que vivi.

Já em casa, depois de 10 Km de caminhada e pensando como os pés estão cansados e como queimei calorias, preparo o jantar "fit" para manter a forma e valer cada passo dado pelo caminho. E pensando em superações e caminhos trilhados, vem a dúvida se o caminho escolhido é o certo, o divino pelas minhas tarefas de vida.

Mas o que vale do caminho caminhado se não as relações construídas, as vivências compartilhadas, os objetivos alcançado? Seja pela razão e pela emoção em pesos diferentes ou iguais, vai depender de quantas fichas você aposta em cada área da sua vida, bem vivida, equilibrada e feliz; sempre estará no caminho certo, quando estiver em paz consigo mesmo.

Imagem construída pela autora usado para a capa do livro.



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