De cantos à contos que eu ouço falar

De cantos a cantos do mundo mesmo com gente que acredite que o mundo seja plano ou quadrado, em cada canto do mundo, histórias são contadas e cantadas. Ouvir e acreditar no senso comum torna-se mais cômodo e mais fácil porque a gente não precisa pesquisar, é só acreditar. Mas quando a crença do outro incomoda a crença da gente, a história muda de figura, toma a forma que a gente quer, seja apontando o dedo, no julgamento da atitude, seja na dor da nossa ferida. Mas o outro só entende que machuca a nossa ferida quando nele também dói. Sabe quando a gente conta uma dor muito doída que a gente sente e o outro não entende, porque a dor é nossa, o sentimento e a emoção é nossa e não do outro.

Essa dor dói em mim, dói em você, dói e faz sentir em muita gente, em cantos de uma terra redonda que também dói.

Nesta semana estive envolvida nos meus projetos, escrevendo meus textos, publicações, na tentativa de revisar um material meu que está pronto, mas a vida nos dá uns sustos e algumas surpresas. E comigo não foi diferente, penso que de tanto eu pedir para vida me surpreender, realmente tive uma surpresa e agora dá-lhe pernas, braços e cérebro para entender e aprender a lidar com o desconhecido.

Num canto de uma casa, no canto de uma cidade, morava uma escritora que não sabia que tinha a capacidade de escrever. Talvez faltasse confiança em colocar suas emoções nas "folhas de papel" para que outras pessoas fizessem suas reflexões a partir das suas emoções e experiências. Queria tanto ser feliz, que por tantos outros motivos, a felicidade procurada encontra-se em caminhos estreitos, o que ela tem que aprender ainda e o que ela terá que escolher, já que a vida é feita de escolhas. 

A escritora se vê nos caminhos de Alice quando pergunta para o gato sentado no galho da árvore que caminho ela tem que escolher, e quem é mesmo que tem que escolher o caminho, o gato ou a Alice. E na encruzilhada que a estrada se apaga e ela encontra inúmeras placas sinalizando direções, quando ela mesma não sabe qual direção escolher. 

Mas no caminho da felicidade, que é a rota ou a direção a ser escolhida, a única dúvida é quanto a qual escolha terá que fazer quando a estrada se abrir; se ela se abrir! E mais uma vez, se abrir ou não serão escolhas diferentes.

Quando já tivemos uma experiência e nela não foi fácil e sim dura, as novas escolhas vão depender de quais sensações se quer sentir. Nesse aventurar-se até onde vai valer à pena? A escolha não depende só da gente, da nossa dor ou do nosso querer, depende das variáveis do outro e do caminho que o outro quer para si.

E nessa incerteza de escolher, o melhor é indo viver, todo dia um pouquinho, um passo de cada vez, se jogando cada vez mais nos projetos que a vida te traz e nos projetos que a gente traz para a vida. Não é só um deixa a vida me levar, mas é o que eu quero que a vida me leve na escolha que eu quero para mim. Ficar ou partir sempre tem a dualidade, a dúvida, o ganho e a perda. E mesmo que a gente quer muito, nem sempre é do jeito que a gente quer.

Ah!! Como eu queria de tantos outros jeitos e com tantas outras cores, das mais quentes e movimentadas, das calorosas e muvucadas. Eu quero tanto que não sei mais se é o meu ego ou o meu egoísmo em querer. Eu posso querer...


Imagem: acervo pessoal
Mas na dúvida ainda vale pedir para vida me surpreender!

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