Será que deu treta?

No final de semana passado eu organizei dois eventos digitais com a ajuda e apoio da minha amiga Danielle e parte da equipe de todos os tempos, amigas conquistadas durante a vida de feiras e bazares. E como foram os primeiros digitais, a tensão se instala no sentido de tudo sair mais do que perfeito. Sinceramente eu gostei bastante como se fosse os eventos presenciais porque envolve tempo, organização, empenho, interesse, divulgação, vontade e principalmente comunicação. 

Em tempos de isolamento social, onde a vida caminha também e não exclusivamente de modo remoto, lidar com as adversidades individuais e do coletivo é um exercício não só de cidadania mas de paciência. E para eu contar sobre esses fatos, vou trazer para vocês um história de uns quinze anos atrás quando eu me relacionava com uma pessoa que passou pela minha vida, aliás sua mãe. Ela morava na zona periférica da cidade onde tem trabalhos voluntários e líderes de comunidade. Certa vez a comunidade recebeu um médico homeopata que acolhia, conversava, explicava, ouvia o paciente; função de um médico homeopata numa consulta médica.

Mas como ultimamente as consultas médicas duram quando muito quinze minutos, ela se sentiu incomodada nesta consulta em específico. Como eu me tratava com um médico homeopata, ela veio até mim se queixar. Eu ouvi atentamente e disse para ela "mas a senhora está reclamando da pessoa que tratou a senhora com humanidade?". Ela ficou pensativa a respeito de todo o contexto vivido e sentido.

Quero que essa reflexão fique com você!! Reclamamos das pessoas que acolhem e que nos trata com respeito e quando somos respeitad@s de fato reclamamos das atitudes dessas pessoas porque não temos elas como referência, não estamos acostumadas com tais situações. E tem um porque estou trazendo esta reflexão. No meio do processo do evento, recebi várias críticas ditas como construtivas, partindo de experiências vividas anteriormente em outros eventos e o que eu tenho para colocar sobre isso, também é importante salientar, não só para este evento mas como olhar em outras perspectivas.

1. Acolhimento: o respeito está na forma como tratamos as pessoas, sejam pessoas com ou sem dificuldades, com ou sem deficiências, com mais ou menos idade. A atitude em respeitar, em comunicar-se, como tratar, como falar é também uma forma de acolhimento ou não. Quando você cria um evento e cria um grupo com regras, cabe cada um acatar. É como eu entrar na sua casa e desrespeitar a sua família. Cada grupo e cada experiência tem não só regras, mas maneiras de acontecer, porque são pessoas diferentes fazendo parte daquele momento em específico. Isso também torna-se referência para a avaliação deste evento e não de outros que tivemos experiências diversas.

2. Críticas: devem ser construtivas no sentido de fazer a diferença e acrescentar para o grupo que você também está fazendo parte, mas antes de criticar a atitude de um dos integrantes, olhe para sua atuação neste grupo e avalie se você fez a sua parte àquela que te cabia.

3. Avaliação: só podemos avaliar um evento depois de tudo que passamos ou seja depois que ele for finalizado. Avalie com o que você viveu como experiência neste espaço, com essas pessoas e não diante de outras experiências. Nesse momento de avaliação que você pode criticar ou dar sugestões para em outros seja melhorado.

Eu entendo que não vamos agradar 100% das pessoas, mas faça o seu melhor sempre, tendo boas intenções e ótimas atitudes, não só para si mas para os objetivos do evento. Feito isso, coloque a sua cabeça no travesseiro e descanse sossegadamente porque você fez o que estava ao seu alcance.

Não podemos nos responsabilizar pelas caras feias, pelas reclamações, por críticas que não acrescentam. Não podemos trazer pessoas à força quando elas querem ver o futebol, filme na TV. O que precisamos agradecer e ter gratidão pelas pessoas que estiveram naquele momento curtindo seus esforços, participando de alguma forma no seu evento, porque para acontecer grandes negócios tenha pequenas atitudes de valor na vida de quem quer que seja.

Numa relação  primeiro a confiança depois os negócios. Conquiste seu espaço. Faça com o coração. Meus avós tinham loja física, loja de armarinhos aonde se vendia de um botão para camisa até uma mala de viagem. Ele dizia algo que carrego comigo até hoje: "trate a pessoa com respeito, seja quem for, mesmo que entre na loja e compre um botão. Porque uma pessoa acolhida e bem tratada vira seu cliente e ainda indica seu negócio para outras pessoas". Então quando alguém te tratar com educação, seja grato!


  

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Vila das Borboletas