Eu e a Srta.Whistledown

Não temos quase nada em comum apesar de sermos mulheres e escritoras, mas não me agrada falar da vida de ninguém, compartilhar meus segredos com alguém que venha falar de mim ou escrever sobre a minha vida e já foi o tempo que eu permitia que alguém dissesse a direção que eu devesse tomar.

Srta Whistledown uma personagem da série Bridgerton escreve seus folhetins falando de todas as fofocas da alta sociedade da regência Britânica; criada por Chris Van Dusen e produzida por Shonda Rhimes; numa época que a "alta sociedade" alimentava-se de fofocas, como se hoje ainda não fosse verdade.

Interessante pensar como cada escritor registra fatos vividos por si ou por outros, por perspectivas distintas. O que passa na mente humana e quais comportamentos definem tais raciocínios, fictícios ou reais romantizados ou não, da vida das mais diversas pessoas.

E se tratando de diversidade, uma série muito honesta como a vida é e como deve ser vista, na diversidade verdadeira e realista da sociedade humana. Homens e mulheres, brancos e negros convivendo pacificamente em diferentes status, muito bem vestidos, pobres e ricos, trabalhadores ou não; como somos e como devemos ser vistos, com toda a naturalidade, justiça, dignidade preservada na sua liberdade e igualdade de direitos; quem sabe um dia teremos essa convivência de fato real no mundo real sem tantos preconceitos.

Outro ponto a ser destacado dessa série, é o fato da mulher escolher com quem casar, ser tratada com respeito, ter amigos homens sem tantos preconceitos que ainda existe acerca dessa teoria, sim nos dias de hoje, e sentir prazer na cama ou seja aonde queira sentir.

A série traz a casa de swing como ela é e não como um bordel como outras séries e filmes relatam, como algo impuro ou nefasto, sujo ou do demônio como a igreja coloca como profano. Mostra o desejo de homens por homens, sexo de um homem com duas mulheres com naturalidade; coisa que acontece em qualquer canto da terra mesmo ela sendo redonda.

Não sejamos quadrados mesmo que queira acreditar que a terra seja plana; não é!!

Ah!! E como você está educando seus filhos? Espero que seja da mesma forma, sem distinções entre eles. Não faça diferença entre meninas e meninos. Eduque para que gêneros possam ter igualdade de direitos, até mesmo para estudar, brincar com o que quiser, casar se for uma vontade e não uma imposição, viajar o mundo e estar em qualquer lugar que queira ocupar. Ensine seus filhos a ser empoderados em tudo mesmo que seja financeiramente, porque as ambições mantem pessoas com os pés firmes em seus propósitos e objetivos e não há pecado em ser melhor e ter mais do que hoje se tem.

Surpreendente como a Srta. Whistledown escreve para manter pessoas com seus ouvidos bem atentos e atitudes bem sagazes. E são essas pessoas que me fazem avaliar mais uma vez através das minhas palavras a capacidade de construção ou de destruição do ser humano por seus comportamentos sociais e pessoais pelo conhecimento da psicologia.

Pensando na saga da série e em algumas das minhas experiências, pude notar que ando com saudades de algumas aventuras que não pude mais por conta do distanciamento e isolamento social. Lembro-me com sorriso no rosto de certo amizade, assim como a Srta. Whistledown mais alguém usa a capa da invisibilidade tomando a forma de um fantasma de óculos escuro, que não deseja ser encontrado nem por si mesmo, quando sua imagem é projetada no espelho da alma.

Respeito suas decisões meu Caro Watson porque mesmo que Sherlock faça uma investigação, não vá encontrar rastros porque tal sujeito se esconde de si mesmo, mas vai causar certo desconforto no tão estimado investigador que se questionará sobre sua impotência por respostas e intrigante orgulho masculino que o impede de amar novamente um dia com tal liberdade que ofusca seus olhos.

Talvez eu deva convidar Srta. Whistledown para um chá das five o'clock!



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Turismo e a Claudinha

Autora

Vila das Borboletas