CORONAFOBIA

Nesses tempos desafiadores que vivemos a oito meses, estamos enfrentando não só o vírus que mata mas as desigualdades sociais que estão a cada dia mais escancaradas. Temos enfrentado todo tipo de violência, o descaso pelas necessidades básicas da população, a desvalorização dos diversos profissionais, a desqualificação dos pesquisadores, o desmonte e representantes inadequados para todos os setores, que aliás só são adequados para um tal sujeito que não pronunciamos o nome.

Estamos em casa em isolamento social nesse tempo todo, não em sua maioria, mas estamos nos cuidando, também não em totalidade. Sabemos das questões que acontecem nas família, crianças e mães em situação de vulnerabilidade.

O país nesse caos, enquanto estamos todos em casa, tentando economizar água, luz e na alimentação, o governo autoriza o aumento de tudo, na tarifa da conta de luz, na conta de água e sei lá o que mais, porque as vezes é melhor se desligar do mundo para ter sobriedade emocional.

Enquanto estamos em casa, o Pantanal em chamas, a Amazônia devastada por quê? Porque as leis tem brechas, o ministério assina as autorizações de queimadas e de devastação de vegetação, animais morrendo por toda parte, até em rituais religiosos. 

Mulheres sendo atacadas por bandidos, por defensores religiosos, por políticos amorais e ainda pela justiça que deveria ser cega e por quadrilhas que andam construindo perfis fakes nas redes sociais para atacar "mulheres fragilizadas" emocionalmente. 

Pessoas que chegam aos hospitais com sintomas como falta de ar e palpitações acreditando que estão tendo um infarto ou que estão com covid, quando na verdade estão com sintomas psicossomáticos criados por essa avalanche de incertezas e medos vividos nesses tempos tão desafiadores.

Vivemos em tempos de fragilidade emocional e de incertezas de âmbitos diversos, quando nossos líderes não lideram nada, quando não sentem empatia e nem passam sentimento algum positivamente. 

Nesses tempos que a humanização é essencial no que diz respeito principalmente ao acolhimento e uma palavra de apoio, na manutenção da segurança, o que nós brasileiros temos são os direitos desrespeitados, as igualdades inexistentes e o preconceito e a discriminação até em formato de decreto.

Nós brasileiros que trabalhamos para viver com certa dignidade estamos estupefatos com toda essa barbárie social que oras parece fascista e oras nazista. Para o povo propriamente dito, vivemos um dia de cada vez, fazendo nosso melhor todos os dias, na esperança de um hoje promissor, porque quem vive no agora pensando no amanhã não vive melhor, vive com crises de ansiedade.

Coronafobia é esse medo de morrer não só pelo vírus mas pela impunidade, injustiça, insegurança alimentar e social, medo de perder direitos e garantias que nossos ancestrais lutaram para conseguir. 

Privatizações não é garantia e segurança de melhores serviços, reforma administrativa vai atingir o menor e não o maior, os serviços públicos é a garantia de atendimento para todos e não para a minoria.

Quem preza pela vida não mata, não despreza, não desrespeita. Nós Brasileiros queremos ser respeitados, mas que cada um faça sua parte e todos nós coletivamente tenhamos força, energia e consciência em construir hoje o nosso melhor da vida.

O que deixamos para os outros são os nossos exemplos de caráter, isso se chama legado.




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Vila das Borboletas