Padrões

Se formos a uma loja de tecidos vamos encontrar padrões de estampas e de tecidos específicos para diversos fins. Entrando numa loja de doces encontramos doces variados, doces, azedos e ácidos, em formatos de ursinhos, bombons, dentaduras, bolinhas, mas a massa base é comum a todos ou muito parecida. Numa loja de alimentos, cada prato tem sua receita com a específica tabela nutricional, porém as embalagens serão padronizadas pela empresa que comercializa,  com uma marca no rótulo, dando aos produtos um padrão, mesmo que seja de qualidade. Produtos recebem rótulos e padrões, mas não são os únicos. Relações, famílias, instituições profissionais, estruturas comerciais, departamentos, pessoas recebem rótulos e criam padrões o tempo todo. 

Aonde vemos rótulos: embalagens dos mais variados produtos como peças de roupas numa arara, potes com cotonetes, saquinhos de bala, tabletes de chocolate, embalagens de comida congelada, aparelhos de barbear, canetas e lapiseiras, aparelhos de celular, xícaras de chá entre outras opções de mercado, que faz a diferença na escolha para a compra, dependendo é claro do marketing de relacionamento da marca com o cliente. Existe em muitas lojas, a infeliz segregação estabelecida socialmente e não vista por elas, na localização dos produtos  por corredores, que aliás também são organizados por um padrão, que neste caso, é organizativo e isso é bom. Mas a infeliz segregação é na utilização das cores padronizadas socialmente, para diferenciar meninos de meninas. Isso é extremamente irritante, porque meninas e meninos são crianças e devem ser vistas como tal, brinquedos servem para crianças desenvolverem-se através da brincadeira. 

Pensando no desenvolvimento integral da criança, seja ela menina, menino ou transgênero, brinquedos sejam rosa, verde, azul, amarelo, branco, laranja que são cores e não devem rótulos para segregar crianças de crianças; brinquedos são para crianças e não tem nada a ver com o sexo do bebê.

Como você acha que o menino pode tornar-se um pai, protetor, parceiro da esposa, compartilhar as tarefas domésticas, morar sozinho, se virar muito bem na vida e fazer tudo isso por conta própria? A educação dos meninos precisam assim como das meninas precisam quebrar rótulos até então postos pela família como primeiro núcleo familiar e da sociedade como um todo. 

Qualquer criança, seja na escola quanto na família, pode e deve brincar com todo tipo de brinquedo e com brincadeiras diversificadas. Brincadeiras e brinquedos é coisa de criança.

Brincando de casinha (panelinhas, fogão, ferro de passar, boneca, carrinho, fantasias de fada e de bruxo, avental, chapéu, varinha de condão, maquiagem, bijuteria, chuveiro,...); brincando de dirigir: caminhão, carrinho, moto, bicicleta, triciclo,... ; desenhar, colorir, pintar; montar pecinhas; empinar pipa, andar de carrinho de rolemã, surfar, andar de bike, empinar pipa, jogar bolinha de gude e entre tantas outras brincadeiras, tudo isso é brincadeira para crianças. Cores: rosa e azul, laranja e vermelho, verde e amarelo, branco e preto são cores que todos nós podemos usar e elas não devem servir para rotular pessoas de sexo diferente.

Padrões e rótulos criam crenças limitantes para pessoas como você que devem estar tentando descolar da vida


. Se tiver tentando está no caminho de liberdade, se não está é porque não se incomoda com isso, não acha necessário pensar ou mudar, ou porque está tão enraizado dentro de você assim como a crença indiana de que as vacas são sagradas.

Imagine que você é um pote transparente com tampa e quando nasce recebe uma folha com etiquetas autoadesivas para colar no pote. E no exato momento você fica tão feliz que começa a colar todos os rótulos no vidro e chega no ponto de que você não enxerga mesmo olhando por dentro ou por fora não vê nada; mas segue a vida aceitando todos os rótulos que você mesma colou em si. Até um momento que algo a incomoda e que te leva a refletir sobre todas aquelas etiquetas coladas no vidro. E num momento impulsivo você começa a descolar todos os rótulos que não quer mais carregar. Como o exemplo: "mulher serve para ficar em casa", "mulher nasceu para cozinhar", "mulher minha não trabalha fora", "mulher cuida dos filhos, da casa, trabalha fora...", "você vai encontrar o príncipe encantado", "vai trabalhar muito a vida toda", "viajar é para poucos", "vai casar e ter filhos", "vai construir uma família", "o homem da casa é o que sustenta a família", "quem cuida da casa é a mulher, quem paga as contas é o homem", e assim por diante.

Quantas crenças limitantes estão enraizadas em você que faz com que acredite que você não pode mais? Imagine-se criança, especificamente um menino, querendo brincar de casinha e é proibido pela família que acredita que esse tipo de brincadeira é para meninas. Escuta aqui antiquado, meninos serão homens e podem ser parceiros e pais que vão ter uma casa, vão carregar os filhos, vão dar banho nas crianças, vão lavar a louça, pendurar a roupa, empurrar o carrinho do filho, levar ao médico, acompanhar os estudos, ajudar nas tarefas da escola, acolher a família e como eles vão aprender todas essas tarefas, sem ao menos entenderem que eles tem um lugar na sociedade, que não meramente olhando pela janela da vida..

Quantos rótulos você vai deixar colado em você ou querer colar nas pessoas que você ama, sem ao menos dar oportunidades para que as pessoas cresçam com saúde mental, acreditando que podem voar, podem seguir e alcançar seus sonhos e enfrentar desafios da vida. Como que uma pessoa desenvolvem-se fortes para enfrentar a vida, com o respeito pelo outro, sem cometer abusos, sem a violência da vida se não for pelo acolhimento e ensinamentos do núcleo familiar? A escola oferece esses momentos mas a família deve fazer seu papel de formação e ética, respeitando a criança como criança.

Padrões estão por toda a parte: em aplicativos, em paqueras, em fraudes, em abandonos, em relacionamentos saudáveis e abusivos. Sempre tem um padrão individual e coletivo que mostra o caminho de quem somos e como fazemos as coisas acontecerem, pela atitudes padronizadas, porém nem sempre perceptíveis pelas pessoas do convívio por conta dos laços emocionais.

Em padrões de comportamento existem sinais é possível observá-los, por exemplo, quando a criança está mais quieta, chorosa, com atitudes de medo quando nos aproximamos delas, num comportamento atípico, ou se é uma criança ativa e saudável e está quieta demais numa atividade que ela sabe que não poderia estar fazendo; mexendo numa gaveta ou brincando com algo que a coloque em perigo.

Podemos observar uma atitude suspeita quando uma pessoa está agindo de má fé, quando ela pergunta se você acha que ela teve tal atitude quando na verdade está confessando que ela que fez. Esse é um padrão que vemos nas crianças na escola, por exemplo, duas crianças disputavam o mesmo brinquedo, só que uma bate na outra para conseguir o objeto de desejo, quando o adulto questiona as crianças com uma simples frase "o que aconteceu", a resposta vem da criança que bateu "eu não bati nele".

Os comportamentos infantis, juvenis e adultos tem padrões que podem ser observados e analisados pelas pessoas que convivem, amigas e profissionais, em pessoas saudáveis e que apresentam patologias. Sempre é aconselhável procurar com um profissional capacitado, Seja a delegacia da mulher se for o caso de agressão, violência doméstica; seja dos profissionais da escola da criança que podem fazer a orientação e os encaminhamentos à especialistas; em um fórum com a intermediação de profissionais da área jurídica.

Se você está passando por qualquer situação de risco, procure ajuda e saiba que a culpa não é sua e sim do agressor. A agressão pode ser física ou emocional e é quando não tem a seu consentimento. Observe seus filhos e filhas, fiquem atentos com amigos e amigas próximos do convívio diário da sua família, porque na grande maioria dos casos o agressor está bem próximo ou dentro da sua casa. Conversem com as crianças, participem da vida escolar e familiar (responsáveis pelas crianças), contem histórias preventivas como "Pipo e Fifi".

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