Protagonismo Infantil e Concepções de Educação

Para toda live a  pesquisa é essencial já que trazemos informação e formação.

  1. O trabalho da educação é pautado em documentos que legitimam o nosso trabalho.

Concepção de Infância: compreendida pela história da infância na relação com a sociedade, da cultura. Apenas no século XVIII teve o surgimento da infância pois até então crianças eram invisíveis, ou seja , não vistas como crianças pela sociedade. Envolvidas em trabalho infantil e vistas como mini adultos.  Em imagens feitas na Idade Média, por exemplo, não há distinção entre crianças de adultos. A arte Medieval desconhecia a criança, mesmo aquelas  que eram das nobrezas. Mas o conceito de infância surgiu na transição dos séculos XVII para o XVIII, definida como um período de ingenuidade e fragilidade do ser humano. A infância e a valorização da mesma como uma fase importante do ser humano e seu desenvolvimento só ocorreu no século XVII  quando o humanismo originou mudanças na representação da infância.  Concepção de infância hoje pesquisar. Na Base Nacional Curricular da Educação Infantil, “A Educação Infantil é o lugar em que a criança deve ser compreendida como sujeito de direitos. Criança é sujeito, não objeto. Se existe algo que sustenta a BNCC da Educação Infantil é a concepção de infância, ao compreender a criança como centro do processo. Trata-se de compreendê-la como capaz. Capaz de fazer, capaz de brincar, de aprender e ensinar. Esse é o desafio da nossa prática” (BNCC).


Assistencialismo: Uma análise reflexiva da perspectiva histórica nos mostra que anterior as normativas legais da educação a criança era única e exclusivamente responsabilidade da família, porque era no convívio com os adultos e outras crianças que ela aprendia as normas e regras da sua cultura. No Brasil, as primeiras tentativas de organização de creche e orfanatos surgiram com o caráter assistencialista, com o intuito de auxiliar as mulheres que trabalhavam fora de casa e as viúvas desamparadas. Muitos foram os elementos que contribuíram para o surgimento dessas instituições, alguns desses foram as iniciativas de acolhimento aos órfãos abandonados que, apesar do apoio da alta sociedade, tinham como finalidade esconder a vergonha da mãe solteira.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) A Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996), versão atual da LDB, modifica a concepção de educação, colocando em foco a importância do processo de ensino e aprendizagem e concebendo o aluno com um ser em construção, evidenciando a indispensabilidade de se pensar a educação infantil como uma etapa essencial para o desenvolvimento global de uma criança. A partir desse marco histórico na legislação, as políticas públicas de educação infantil foram tomando caminhos menos nebulosos e mais definidos no que se refere, por exemplo, à formação dos educadores, à expansão de vagas e à necessidade de uma política educacional de atendimento pedagógico dos pequenos cidadãos. (KRAMER, 1999, p. 137).


Função da  Educação*: No documento Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI, 2010) A primeira é a função social do acolhimento dos bebês e das crianças no sentido de assumir a responsabilidade de cuidá-las e educá-las em sua integralidade no período em que estão na instituição, complementando e compartilhando a ação da família/responsáveis. Ainda se discute  o que é papel da escola e o  que é papel da família. O que pouco se fala é da importância da união destas duas instituições. A escola precisa da participação da família e vice-versa. A segunda é a função política de promover a igualdade de oportunidades educacionais entre as crianças de diferentes classes sociais no que se refere ao acesso a bens culturais e às possibilidades de vivências das infâncias. Em essência, isso significa contribuir para que bebês e crianças usufruam de seus direitos civis, humanos e sociais, exercendo o seu direito à participação. A terceira é a função pedagógica, pois a escola é um lugar privilegiado tanto para a ampliação e diversificação de repertórios, saberes e conhecimentos de diferentes ordens como para estabelecer o encontro e a convivência entre bebês, crianças e adultos, a fim de construir outras formas de sensibilidade e sociabilidade que constituam subjetividades comprometidas com a ludicidade, a educação inclusiva, a democracia, a sustentabilidade do planeta, o rompimento de relações de dominação etária, socioeconômica, étnico-racial, de gênero, regional, linguística, religiosa. A Educação Infantil em seu cuidar e educar assume o compromisso com a humanização dos bebês e das crianças e não apenas com a instrução.


       As legislações e os documentos educacionais que definem a Educação Infantil, entre eles a Declaração dos Direitos das Crianças, a Constituição Federal(BRASIL, 1988), a LDB (BRASIL, 1996), as DCNEI (BRASIL, 2010a), o Currículo Integrador da Infância Paulistana (SÃO PAULO, 2015a), e os Indicadores de Qualidade da Educação Infantil Paulistana (SÃO PAULO, 2016a), provocaram o redimensionamento do papel da escola, dos bebês, das crianças e dos adultos. Eles indicam a necessária recriação da Educação Infantil e reinvenção de seus procedimentos pedagógicos, isto é, outra concepção de crianças de zero a seis anos comprometida com a vida atual delas em relação aos princípios apresentados. 


Para isso, é preciso muita atenção na definição dos caminhos educativos para essa escola, pois há muitos percursos possíveis. Recriar a escola de Educação Infantil é superar compreensões assistenciais, compensatórias e antecipatórias, que priorizam a guarda, a proteção e a moralização dos bebês e das crianças, assim como limitar-se à compreensão de que a Educação Infantil é um importante recurso para garantir as aprendizagens necessárias para o sucesso da criança na escola. A escola pública tem como objetivo principal oferecer às novas gerações oportunidades para encontrar pessoas e conhecimentos que lhes possibilitem experiências, que provoquem e gerem acontecimentos, intercâmbios, conseguindo constituir modos de ser e de participar da vida social. Ao interagir nas brincadeiras, explorações e investigações, os bebês e crianças vivenciam experiências e aprendem as estratégias de convivência que foram constituídas historicamente nas diferentes culturas, interagindo com os distintos saberes e os conhecimentos. As Unidades de Educação Infantil (EI), de acordo com Moss (2009), são lugares de encontro, espaços da esfera pública onde as pessoas (bebês, crianças e adultos) constroem suas histórias pessoais e coletivas. Trata-se de um lugar para estar, viver, aprender, (re)conhecer, (re)ver e (re)pensar o mundo e a vida a partir das experiências estabelecidas. A escola é um lugar onde se aprende a conduzir a existência, tendo em vista o interesse comum, e não apenas os desejos e interesses individuais. Na Educação Infantil, os espaços possibilitam o exercício da ação coletiva e da autonomia dos bebês e das crianças nas suas investigações, isto é, na sua descoberta de si e dos outros e no conhecimento do mundo. Estar nesse espaço educativo possibilita aos bebês e às crianças criar uma voz própria, com autoria e protagonismo. É um tempo para identificar os seus sentimentos e desejos, construir um estilo pessoal frente ao mundo, aprender a compreender as pessoas e a diversidade de seus modos de ser e estar, fazer escolhas, desenvolvendo significados pessoais e significações sociais. Por isso, o acolhimento dos bebês e das crianças, essencial na construção de sua identidade, é um compromisso. Cabe aos profissionais ter atenção aos espaços organizados para as vivências oferecidas, os tempos para as elaborações, as críticas, as releituras e as materialidades para as criações e os questionamentos que os bebês e as crianças evidenciam, sejam eles verbais ou gestuais. É preciso sustentar a possibilidade de que cada bebê e criança, que esteja nas Unidades Educacionais (UEs), sejam convidados a reinventar e transformar o mundo.



Significado de protagonismo: Qualidade da pessoa que se destaca em qualquer situação, acontecimento, exercendo o papel mais importante dentre os demais: protagonismo juvenil. Característica do personagem principal, mais importante: protagonismo literário, artístico, televisivo, cinematográfico.

Protagonismo Infantil: Para reconhecer as crianças como atores sociais tanto em suas próprias vidas como na escala social, é preciso que as reconheçamos como pessoas com direitos e indivíduos com critérios, capacidades e valores próprios. Além de participar de seu próprio processo de crescimento e desenvolvimento pessoal e social.


As crianças não são mais consideradas apenas espectadoras, mas indivíduos com capacidades de decisões, expressando opiniões e necessidades próprias. A ideia de protagonismo infantil significa tornar as crianças agentes de seu próprio desenvolvimento, capazes de influenciar todos que estão à sua volta. As crianças vem sendo ouvidas, desde que o documento “Estatuto da Criança e do Adolescente” legitimiza a garantia de desenvolvimento e os direitos das crianças, onde a participação ativa da criança é respeitada. O protagonismo infantil visto não só no âmbito da escola, mas também da casa e outros ambientes socializadores. Quando a escola dá à criança a importância ao protagonismo, o ganho para a vida é imenso porque ela desenvolve autoconhecimento e autoestima, estimula o respeito às diferenças e da empatia, desenvolve senso de cidadania e pertencimento à sociedade,  desenvolve habilidades sociais e interpessoais, melhores competências socioemocionais e resolução de problemas.


Como desenvolver o protagonismo infantil e do adulto nessa relação, como definição do documento atual da Educação Infantil que é o Currículo da Cidade.

  1. Escuta ativa: as crianças se expressam com gestos, olhares, sentimentos, fala, o silêncio e no comportamento - compreensão das necessidades.

  2. Curiosidade: encorajar o pensamento científico, incentivar a curiosidade e a vontade da criança em aprender.

  3. Espaços que educam: a sala de aula é apenas um dos espaços que educam. Proporcionar a integração com outras crianças e em outros espaços sociais faz a diferença. A criança precisa brincar livremente, interagir e transformar os espaços e sim, com a supervisão de um adulto responsável e nem sempre na brincadeira dirigida.

  4. Ambiente acolhedor: Segurança no desenvolvimento da sua autonomia, nos dois primeiros ambientes socializadores que a criança ocupa: a casa e a escola.

  5. Autoconhecimento: sua origem, sua família, conhecer e reconhecer suas emoções, origem, história, seu corpo, emoções, necessidades físicas e como lidar com tudo isso, incentivando o autoconhecimento.

  6. Conviver com as diferenças: vivenciar o diferente em todos os momentos da vida, já que os diferentes estão em todos os lugares.

  7. Consciência Global: Considerar que a criança tenha noção de causa e consequência, para que construa nela a responsabilidade das próprias ações no cotidiano que socializa.



Fontes de pesquisa


 

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