Inclua sem excluir

Alguns movimentos acontecem sem que as pessoas percebam, sem se dar conta na maneira como agem. Para agir de maneira que incluam a todos sem distinção, é necessário ter consciência, a princípio de quem é você, quem são os outros e com quem convive. Perceber e agir de maneira positiva, mas de maneira consciente, para que não cometa injustiça, discriminação e diferenças entre as pessoas. 

Vou ser mais clara com um exemplo prático. Você entra numa sala e encontra pessoas adultas com quem trabalha. Cada uma delas tem um objetivo profissional, mas cada uma age e demonstra ritmos particulares no cotidiano; na sua subjetividade cada um é um. Se você tiver o olhar apurado e consciente, vai captar gestos, olhares, caras e bocas, comportamentos e falas que dizem muito além do profissional e aí é que está o pulo do gato. O que eu digo é o olhar do profissional que você é, com a experiência que tem como profissional e dependendo do grau de evolução que tem do conhecimento que a vida proporciona. Mas vamos voltar ao grupo. Trabalhar com pessoas proporciona uma experiência inigualável porque somos singulares. Podemos vir do mesmo núcleo familiar mas cada uma reage de maneira diferente, por "n" variáveis, são os sentimentos, as emoções, as tomadas de decisões entre outros fatores. Onde eu quero chegar vai além do seu olhar, é à nível da psicologia, o que eu conheço dela. Por que incluir sem excluir? Veja bem, vou tentar ser mais objetiva. Vou organizar em  seis pequenos grupos com 5 pessoas cada, grupo I, II, III, IV e V. Vou exemplificar: o grupo I têm 5 pessoas com menos dinamismo, o grupo II com 5 pessoas que tomam iniciativas, o grupo III com 5 pessoas caladas e observadoras, o grupo IV com 5 adultos mais dinâmicos e interessados que participam das discussões, das decisões dando dicas e opinando no grupo grande e o grupo de número V com 5 participantes não expressam opiniões, não dão dicas, não discutem, não tem iniciativas e demonstram interesse algum sobre nenhum dos pontos citados na pauta da reunião. Em todos os grupos tem participantes com deficiências. O coordenador da reunião toma uma decisão, senta-se junto com o grupo de número III para debater os pontos importantes e o grupo responde de forma positiva mesmo não querendo expor suas discussões, mas colocam os registros no papel. Então o coordenador segue para o grupo II, percebe que estão bem adiantados nas discussões com o pequeno grupo. Vai até o grupo I com pessoas pouco dinâmicas, com mais dificuldades e com ideias bacanas que podem ser compartilhadas com o grupo grande. Neste grupo, ele percebe que quatro dos cinco participantes estão enfrentando problemas pessoais, então toma a decisão de permanecer mais tempo ali ouvindo e acolhendo durante um período maior. O grupo IV onde tem participantes mais dinâmicos ele apenas passa, ouve à distância e segue para sua mesa e não passa no grupo V. Cada leitor vai avaliar a situação por suas referências, mas peço que a sua avaliação seja mais apurada a partir das questões que vou deixar para você pensar sobre. Tudo bem então?

1. Por que a divisão de tarefas em pequenos grupos? Qual a dinâmica?

2. Quais os motivos levaram o coordenador não visitar todos os grupos? Quem ele incluiu e quem ele excluiu? Por quê?

3. Quais eram os seus objetivos na organização desses pequenos grupos?

4. Qual o papel do coordenador para com aquelas pessoas?

5. Qual seria a sua dinâmica para esta atividade? O que você teria feito?

6. De todos os pequenos grupos, quais foram excluídos e quais foram incluídos?

P/S: Se eu fosse o coordenador eu teria incluído a todos, passado em todas as mesas, ouvido e instigado a todos. Porque se a decisão era conversar com todos os grupos, todos teriam que ser acolhidos independente da vontade alheia. Num grupo, temos pessoas com mais e com menos iniciativas, pessoas com mais e menos apáticas, com e sem problemas, mais e menos positivas. Se caso fosse parabenizar que fosse ao grupo todo porque cada um colabora com o que é e com o que tem para colaborar com o outro, seja uma, duas ou cem pessoas. Tem pessoas que se excluem preferindo não participar ativamente, porém participam estando no lugar que ocupam. A valorização está nas pequenas atitudes. Não exclua uns e não priorize os outros. Somos pessoas únicas!

Imagem: acervo pessoal


Obs: Este exemplo não tem nome, criei um situação fictícia com pessoas adultas. A abordagem com criança seria diferente. E criança pequena não tem superego, juízos  no sentido da auto cobrança somos nós que temos.




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