Você sabe quem é você no núcleo familiar?

Uma família pode ser constituída de quantas pessoas forem, na estrutura familiar que a cada contexto determinar, não existe o certo e o errado, mas existem inúmeras possibilidades de formação familiar. Seja um homem só, um homem e um cachorro, um homem e dois gatos, dois homens e uma filha, dois homens e dois filhos, um homem e uma filha, três homens e um filho, dois homens com 3 cães e dois gatos. Uma mulher, uma filha, um gato e uma cadela; três mulheres, uma tartaruga, uma cadela, dois gatos; duas mulheres e um filho; duas mulheres sem crianças; uma mulher e um homem; um homem e uma mulher com duas crianças e um adolescente numa moradia para dizer que é sua. Se existe uma família dentro de uma casa, existem figuras exercendo papéis sociais de mãe, de pai, de filhos, de parceiros. Existem pessoas que preferem cozinhar à lavar, que gostam de escrever à conversar, enfim existem pessoas num contexto familiar exercendo seus papéis sociais, culturais, familiares, profissionais. E nesses tempos de isolamento social, nas casas aonde essas relações eram complicadas ficaram mais expostas, mais aparentes para qualquer um perceber. Ficar em casa está tendo custos e consequências, tanto individuais quanto coletivas, no sentido de olhar-se para dentro de si e se perceber que não são heróis para nós e nem para os nossos filhos. Não temos conhecimento de tudo, não temos o controle de tudo. Somos o que vamos nos construindo a cada dia. É importante no processo de construção do nosso "EU", admitir erros, falhas e limitações. Não somos perfeitos, não temos conhecimentos infinitos, não somos heróis e heroínas. Podemos deixar que nós e os outros, assim como nossos filhos e filhas, vejam as nossas imperfeições, as nossas limitações, os nossos não saberes, porque tem um significado no processo de crescimento e formação do caráter das nossas crianças; todos nós somos passíveis de erros, não somos perfeitos porque não existe a perfeição em ser alguém, pode ter o exercício de tentar ser perfeccionista, de tentar melhorar a cada dia, porém não somos perfeitos. Esse dias assisti um vídeo do canal Embrulha pra Viagem no Youtube do ator Marcelo Laham -o nome do vídeo é Aula online-, vou deixar o link abaixo do texto, e é interessante olhar com criticidade para o conteúdo gravado. Nesses tempos de pandemia e de isolamento que estamos em casa desde março e com o fechamento necessário das escolas afinal estamos preservando vidas, as famílias estão acumulando tarefas. Até então sempre ouvimos lamentações das mulheres com o acúmulo de funções quando na verdade essas funções não são responsabilidades exclusivas do papel feminino, uma vez que a família é contida de pessoas que trabalham, que estudam, que tem atividades, que tem crianças ou não,que tem animais de estimação ou não, mas que constituíram uma família. Temos a família de origem, aquela que nascemos e nos criou. Temos a família de destino, aquela que nós constituímos com nossos parceiros ou parceiras, e as responsabilidades precisam sim ser divididas, compartilhadas não numa disputa de quem faz mais, de quem ganha mais, de quem é o ou a fodástica, mas está na cooperação de papéis desempenhados, no equilíbrio saudável da rotina familiar. E nesse ambiente saudável familiar crescem e desenvolvem pessoas mais felizes, pessoas mais seguras emocionalmente, mais compreendidas no seus contextos sociais, permitindo-se errar, cair, entender que o erro e as falhas são naturais. Que pais e mães não tem o conhecimento universal, que mostrar o que não somos adoece o ser humano, psicossomatiza nossas emoções. Precisamos nos permitir mais, olhando para nós com mais carinho. Olhar para os nossos filhos como responsabilidade que temos e admitir que desejamos que eles cresçam mais fortalecidos do que nós crescemos, porque nossos familiares também falharam conosco. Ser honesto com o filho faz parte da construção da identidade dele, do fortalecimento do emocional, da parceria entre pai e filho, na construção de um castelo de concreto, na real relação familiar.."filho..o pai não sabe responder a sua pergunta!", essa seria a resposta mais honesta que o pai poderia dizer ao filho (vídeo do ator)..."eu não sei". De qualquer forma, o vídeo traz a realidade dos pais no ambiente doméstico, assim como eu como mãe e professora em home office, acumulando minhas próprias funções profissionais em frente a um computador, no celular, na cozinha, desempenhando o que gosto de fazer e dividindo na parceria com a minha filha, tarefas da rotina doméstica.
Escrito por: Zaira K. Fabre
Pesquisa de vídeo Embrulha pra viagem: https://www.youtube.com/watch?v=5tZR2EVb5hM



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