Uma pergunta por dia!!

Você teria um diário para 5 anos? Um diário com 365 perguntas, por 5 anos, com possíveis 1825 respostas? Ou tem preferência por um "diário de bordo"? Ou ainda prefere uma agenda? Não gosta de nenhuma dessas possibilidades preferindo um caderno de desenho sem linhas, sem pauta com espaços livres para desenho, escrita, colagens, recortes? Ah!! Você não sabe o que são essas possibilidades todas..tudo bem, não tem problema porque a gente não precisa saber de tudo, mas eu vou te contar o que são todas essas coisas, tudo bem para você? Essa história começa em maio de 2019, sim maio, especificamente na comemoração do dia das mães quando ganhei da minha filha um diário para 5 anos. Tamanho bolso, fácil de carregar e de fato interessante porque nunca pensaria em adquirir tal artefato pois nunca fui de escrever em diários. Porém como disse anteriormente, não só fácil de carregar mas também bem objetivo no armazenamento de informações. Sim!! Não é informatizado. Ele tem uma capa grossa imitando papel antigo, letras pretas, encadernado com costura azul, folhas brancas e detalhes dourados, com fita marcadora preta. Para cada dia do ano contém uma pergunta diferente...interessante..queria eu ter na mente tantas perguntas à fazer a alguém, olha que sou professora, mas preciso de planejamentos e roteiros para dar uma boa aula mesmo tendo ideias no decorrer dela. Nessa sequência de informações, a seguir temos o diário de bordo que gosto muito porque ele se assemelha a um blog onde registro uma chuva de ideias, faço esquemas e roteiros de trabalho, que aliás os meus...sim tenho vários diários de bordo, um para cada atividade que desenvolvo, e todos eles sem linhas. Gosto de sentir a liberdade na escrita, no registro, preferindo sentir as limitações no tamanho das folhas e na quantidade delas do que na espessura das linhas. Porém se o professor pedir para eu produzir um texto com 10 linhas terei que utilizar uma régua para descobrir o tamanho do texto, pedir uma folha com linha para um coleguinha ou convencê-lo que irei entregar meu texto naquela folha canson A4 amarelada e totalmente preenchida. Gosto muito de cadernos de desenho para escrever meus diários de bordo. Neles eu faço anotações, não no esquema de um diário...meu querido diário. Eles são mais complexos, vão de uma chuva de ideias, passam pelos planejamentos, estudo de casos, esquema de projeto de pesquisa, endereços, links, listas, planilhas. Deles nascem projetos, implementação, enriquecem os passos e as mudanças de rotas. Num diário de bordo coloco tudo, meus medos, meus anseios, minhas angústias. Faço desenhos, rabiscos, colagens..o que a minha necessidade e as minhas vontades querem expressar. Penso que quando temos a vontade da expressão acontecer que ela de fato aconteça, que o espaço traçado por você seja a representação do que quer registrar, expor mesmo que seja apenas aos seus olhos, vivendo aquele momento seu tão importante como respirar. A expressividade do eu torna-se uma marca para o momento. Olhar para si mesma de maneiras diferentes, seja olhando para si no espelho, fazendo uma pintura numa tela, criando uma escultura, usando uma cor de batom diferente do usual, vendo-se no outro como se fosse um espelho, surpreendendo-se com as possibilidades, podendo a cada dia olhar para a mesma janela com perspectivas diferentes. Os registros dão a possibilidade de eternizar os momentos vividos, fazendo com que o material criado por nós seja não só o registro mas também a pesquisa em diferentes momentos. faço muito isso com os diários de bordo da escola, quando quero relembrar alguma atividade, algum momento marcante, procurando um texto ou citação. Para os registros terapêuticos isso não acontece porque eles são as marcas da alma, momentâneos. O que foram escritos ficam guardados e não mais procurados. A cada folha virada é como um passo de vida dado. Um passo de cada vez, uma conquista ou uma renúncia de cada vez, como as páginas registradas daqueles momentos vividos. Sobre as agendas, tem muita gente que gosta de usar, eu não não gosto muito não. Prefiro esses cadernos de desenho onde torno minhas experiências registros de realidades. Uso essas mesmas folhas para planilhas, listas de tarefas, organização de metas para um ano todo, listas de prioridades. Gosto de escrever, registrar em folhas de papel o que é concreto, gosto de escrever aqui no blog o que pode "voar" e ser visto pelo mundo, pessoas de todos os cantos, de credos, raças, idiomas que eu não domino. Aprecio conhecer o mundo por diferentes perspectivas e gosto de saber que pessoas tão diferentes em espaço demográfico apreciam os meus registros, estes que não é apenas para mim e sim para a humanidade. A um tempo atrás, não tão distante quando ainda não escrevia tanto, até um simples guardanapo não saia ileso da mesa, eles serviam para pequenas anotações porque as ideias fluíam na minha mente como aquelas bolhas de sabão que vemos nas mãos de crianças e adultos em parques públicos, porém sem a espera de um assopro ao vento. Quando comecei a escrever mais e mais, as ideias foram se organizando de maneira tranquila. Hoje preservo os guardanapos mas uso o celular ou blocos que carrego na bolsa sempre acompanhados de um lápis ou caneta. De qualquer maneira, se eu sinto a necessidade de produção, seja num texto escrito, digitado, um rabisco de desenho, uma pintura, uma foto, uma colagem eu me permito porque eu sou o que me torno todos os dias!

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