O que você aprende com os outros?

 Era cedo quando acordei, lá pelas 7 horas. Olhei o relógio e me dei o direito de dormir mais um pouco, já que minhas atividades começam mais tarde, não tenho que sair para trabalhar e a consulta médica é somente no período da tarde. Olhei as mensagens no whatsapp e não vi nada novo. Dormi. Acordei novamente por volta das dez horas, dei aquela olhadinha básica no celular, vi e ouvi todas as mensagens de amigos e de trabalho. Ontem a noite recebi no grupo da escola o áudio de uma criança contando que tinha crescido e aprendido a tomar banho sozinha. Eu ainda brinquei com as colegas que ninguém avisou ela que ainda vai ter o banho supervisionado do adulto "já lavou atrás das orelhas?", " o umbigo", "esfrega a sola dos pés", ou quando a criança tem a liberdade de tomar banho sozinha por 6 dias da semana e o adulto tirar o cascão no 7° dia. Mas hoje pela manhã, uma colega comentou no grupo da escola, que tinha aprendido a fazer composteira depois do vídeo que um colega postou, sobre uma prática que ele tem em sua casa, e isso me fez pensar não só em mim, no que venho aprendendo nessa pandemia, mas em todos nós, que aprendemos com os outros. No Instagram sigo muita gente, mas sigo uma professora que conheci quando trabalhei com ela quando ocupei a função de assistente, ela fazia stories de cosméticos e depois do sorteio de produtos que ela escolheu, ela parou de gravar por tempo indeterminado. Hoje pela manhã, li uma postagem dela sobre crianças, devido ao caso de violência doméstica ocorrida com uma criança de dez anos. Você está lendo minha postagem e vai dizer que não foi exatamente violência doméstica, então, eu prefiro dizer assim para aquilo que aconteceu, e que infelizmente acontece todos os dias em diferentes endereços do mundo todo, crianças que perdem o direito de ser criança por falta de responsabilidade de um adulto criminoso, pedófilo, em nome de um Deus e uma religião. Aquela criança terá sua vida marcada pela violência para toda a sua vida. O que ela precisa agora é de apoio e não de pessoas apontando à ela sobre sua vida. O que essa criança precisa é de educação, saúde, segurança, atendimento psicológico, social, médico e educação para vida toda. O que a minha colega postou no Instagram é a mais pura verdade, ensine uma criança a se preservar enquanto ser humano, ensine a criança a dizer "não"...NÃO!! Você não pode me tocar! Famílias escutem as crianças, ensinem as crianças, entendam as crianças. E não, criança não é um pequeno adulto. Criança é criança. O que uma criança aprende com um adulto e com as crianças. E o que nós adultos aprendemos com as crianças e com os adultos. Aprendemos a ser melhores, aprendemos  com as atitudes dos outros. Aprendemos a nos tornarmos uma versão de nós mesmos melhorada, atualizada, evoluída. E no caos aprendemos a nos reescrever. Quando uma colega faz um gesto de dizer o que aprendeu com o outro, me faz refletir sobre os meus passos, desde o início da pandemia até os dias de hoje. Como eu comecei nesse isolamento social e o quanto eu me permiti olhar para mim mesma, no minha essência, e de reescrever. Pelo isolamento social estou me permitindo viver sem ser no movimento automático da vida, estou colocando projetos de vida em movimento, escrevendo ebooks para mostrar que para os outros o que eu sei fazer, compartilhando conhecimento, escrevendo nos blogs e podendo colaborar com as reflexões da vida das pessoas, fazendo fotografias das minhas comidas e colocando no aplicativo apptite para vender o que eu acredito em alimentação saudável, acreditando nas minhas capacidades. O que eu aprendi com o outro e o que eu aprendo diariamente comigo é que não somos uma versão permanente no mundo e que somos pessoas com capacidades e habilidades inúmeras em evolução. Quando eu digo para meu aluno que ele é capaz de subir no brinquedo várias vezes e aprender a sentar lá em cima depois das tentativas, eu digo para mim mesma que eu sou capaz de tentar inúmeras vezes até chegar à perfeição do que eu achar perfeito porque sou comparação de mim mesma e exemplo para mim mesma e para os outros.

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