Brasília

Estive em Brasília, talvez nos dias que não devesse ter ido, mas fui no mesmo ano por duas vezes. Na primeira vez, eu precisava sair da rotina e conhecer mais de perto um lugar bem distante de mim, isso mesmo, me distanciar daquilo que de fato fosse diferente da minha vida toda. Por mais que nos afastamos do caos, ele nos acompanha. Os problemas, as tristezas nos acompanham por onde vamos, então não adianta fugir, para onde vamos eles vão conosco. Mas eu fui procurar alegrias, olhar para outros horizontes, sair do caos da minha vida naquele momento. O mais incrível é ter consciência dessas necessidades. Para mim acontece assim: eu me afasto da minha vida, me calo, observo e ouço o que de fato não estou conseguindo ver e ouvir. Aprecio o silêncio porque nele eu vejo horizontes, ouço o canto dos pássaros, as estrelas no céu mesmo que dentro de mim exista o vazio. No dia da primeira viagem, fiz a mala de mão e fui para a escola, saí mais cedo direto para o aeroporto. Fiz uma viagem ótima. Fiquei hospedada numa amiga que me levou para o samba, café na padaria, almoço no restaurante vegano e conhecemos algumas cachoeiras. Mesmo tendo ido a todos esses lugares, com céus estrelados, noites quentes e sol à pino, existia dentro de mim dias nublados de tristeza profunda; mas eu estava vivendo um dia de cada vez. Na segunda vez por Brasília eu estava de férias, mas fiquei apenas um final de semana, na mesma amiga só quem a minha filha, meu porto seguro, minha parceira de aventuras. Andamos muito por toda aquela Brasília de pontos turísticos, a pé, quase morremos de cansaço, por tudo parecer perto, fomos andando de um ponto ao outro. Almoçamos próximo a Torre rede Tv, um ponto turístico com artesanato e alimentação que vale conhecer, almoçamos comida paraense pela primeira vez, pelo menos eu. Deve ter sido na primeira vez, fomos a algumas cachoeiras e numa outra cidade próxima, num mercado municipal ou algo assim. De qualquer maneira, uma viagem é sempre uma viagem, conhecer povos e culturas é sempre desafiador e acrescenta muito na nossa vida. Eu que levei a dor e o vazio na mala, voltei com histórias e fotografias na bagagem. Volto para lá assim que possível.
Foto: acervo pessoal.

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