O papel social na brincadeira simbólica

"Quem é você no mundo?" Sim...minha pergunta é intencional porque um dia você adulto já foi uma criança que brincou de mãe-da-rua, peteca, bola, pião, pulou amarelinha, jogou 3 marias, corre-corre, esconde-esconde. Brincou com carrinho, moto, bicicleta, cavalinho de madeira, casinha, comidinha, mamãe, papai e filhinha, cachorro, gato e papagaio. Corria da sua casa para a casa da vizinha, tocava campanhia, empinava pipa, caminhão e areia, boneca e caminha. Do que você brincava? Ia ao mercado e fazia compra com carrinho, ia para a feira e levava o dinheirinho, na banheira com água e shampoo dava banho nas bonecas. Brincava de cabana com lanterna, contava histórias de assombração, comia pipoca no cineminha do sofá de casa. Cantigas de roda, passa-anel, pulava corda, parlenda e trava-língua. Segurando a tampa da panela virava o escudo do super-herói, a direção do carrinho invisível, o guarda-chuva da mamãe, o prato do bolo de areia. Aquela bacia de dar banho no irmãozinho era o barco do pirata, a embalagem de shampoo era o avião. Em dias de chuva brincava com dobradura de barco para enxurrada da calçada, de médico como o vovô, ajudava na cozinha enquanto o papai fritava o bolinho de chuva, varria a casa com uma mini vassoura para ajudar a mamãe. A brincadeira possibilita a criança exercer diversos papéis sociais, imitando a realidade vivida, é de fato a ação, a compreensão, a interpretação e a criação do mundo infantil no mundo adulto. Na brincadeira a criança desenvolve diferentes papéis sociais, compreende o mundo que socializa. Na brincadeira princesa, sapo, príncipe, bombeiro, professora, médico, cabeleireira não é uma simples brincadeira, mas sim sua expressão de como vê, sente e cria o mundo que vive. A brincadeira infantil dirigida pelo adulto ou criada pela criança (brincadeira simbólica) está diretamente relacionada com a formação e o desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, emocionais, sociais, cognitivas. A brincadeira do fazer de conta é o como a criança se projeta no e para o mundo.Quando ela brinca de bombeiro, princesa, médico, mamãe, papai requer da criança a lembrança, a memória, regras de comportamento. Para brincar de faz-de-conta a criança precisa de objetos para compor seus personagens, cinto,  saia, batom, sapatos, colares e pulseiras; ela não precisa da fantasia do comercial da propaganda. Ela precisa criar e compor seus personagens porque o objeto está ligado diretamente com o personagem que ela representa, pois o objeto representa o personagem indissociavelmente, para uma criança pequena. Através da brincadeira a criança vai construindo conhecimento, criando bases para o pensamento abstrato que colaboram para os processos de aprendizagem. Na brincadeira simbólica a criança aprende a se auto desenvolver sem a imposição das regras dos adultos.A brincadeira começa na organização do espaço, na escolha dos brinquedos e objetos, na escolha dos papéis sociais, nas tarefas, enfim o brincar é uma tarefa complexa que envolve corpo, mente e emoções. Quando os professores (as) garantem o brincar na rotina do ambiente escolar, está sendo responsável em promover a ampliação e nas possibilidades de desenvolvimento integral da criança. Concluindo, a brincadeira não é apenas brincar. A brincadeira tem papéis sociais, de desenvolvimento afetivo, emocional, psicológico, social e cultural. 
Fonte: Currículo da Cidade de São Paulo - Educação Infantil

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