Castelos de Areia

Estava pensando na vida e numa das últimas conversas com um amigo. Falamos, aliás, eu falei sobre as experiências que embasam a vida, dando o tom do que queremos e do que não queremos para experiências novas, quando estamos abertos a viver. Nem sempre temos consciência de tudo que falamos, no sentido de ter um propósito, ou se está relacionado. Por exemplo, quando contamos uma experiência vivida com outra pessoa para um novo companheiro, estamos compartilhando a vida, abrindo uma caixinha de memórias, compartilhando com o novo parceiro, quem somos nós e o que vivemos. Isso é bom na medida que a relação e os laços vem se construindo; são movimentos positivos que fazem parte de uma nova história que está sendo vivida. Porém nem sempre temos essa consciência ou essa leitura, quando existem sentimentos que possam prejudicar ou que venham enfraquecer o que está sendo construído, como o ciúme, o desrespeito, a insegurança. Todos eles são positivos e negativos, dependendo de como estão relacionados e no contexto da história, como cada pessoa envolvida lida com eles e ainda mais se está aberta para uma nova relação ou o quanto estamos bloqueados. Diante de tudo isso, algo deve existir aberto ou fechado para novas construções; o respeito. Só se tem uma relação ou um relacionamento, quando existe o respeito a si e ao outro e, nessa relação. Só vai existir uma relação se houver abertura, respeito, honestidade, reflexões, acolhimento, consenso, regras, insegurança, ciúme, laços, união, relação, partilha, comprometimento. Seja para uma relação aberta ou monogâmica, seja para uma amizade colorida, seja para um casamento à moda antiga, seja para um casamento "cada um na sua casa", seja como for, precisa ter comprometimento consigo mesmo e com a relação que está em construção, porque é fato, só se recupera um castelo que tem fundação firme. E castelos não tem nada a ver com princesas, príncipes, sapos e dragões neste contexto.A construção do castelo está relacionada à relação, como vida compartilhada. Sua casa sua vida. A casa dele a vida dele(a). O castelo a vida dos dois ou das duas. Como construímos uma relação ou um castelo. Qual os materiais para esse alicerce, quem está envolvido nessa construção. Se o castelo começa a ser construído pelas expectativas de um só e pela energia de um só, esquece, seu castelo é de areia ou de papel. Não tem alicerce que aguente, os pesos das paredes. Uma relação precisa ter a união, a energia, a vontade dos dois, desde o alicerce e as paredes, janelas, portas, decoração até a vida à dois. Se só um compra o fogão, a geladeira, a cama mas não coloca opinião, vontade, interesse, não tem relação. Não tem construção quando apenas um se importa com a vida dos dois. Além da construção oca vai ter uma vida vazia e solitária. Imagine-se vivendo dentro de um castelo com outra pessoa e se sentindo vazia (o). Não tem cumplicidade, não tem respeito, não tem relação. Da areia eu quero o mar, do castelo que quero a reciprocidade, da vida eu quero viver. E você, quais as suas reflexões?



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